Bispos falam em sinal de esperança para o futuro, após anos de violência
Cidade do Vaticano, 25 fev 2021 (Ecclesia) – A Igreja Católica no Iraque está a preparar-se para receber o Papa Francisco, de 5 a 8 de março, numa visita que é vista como sinal de esperança para o futuro, após anos de violência no país.
D. Nathanael Nizar Samaan, arcebispo da diocese siro-católica de Hadiab, no Curdistão iraquiano, sublinha que a comunidade cristã “é pobre, pequena, sem poder político, mas certamente é uma Igreja viva” e “enriquecida também pelo testemunho daqueles que passaram por perseguições”.
“Aqui há um futuro também para nós”, acrescenta, em declarações ao portal ‘Vatican News’.
O programa da primeira viagem internacional do Papa desde novembro de 2019 inclui uma Missa no Estádio de Erbil, para milhares de pessoas – apesar das limitações impostas pela pandemia.
“Será o único evento no programa da visita papal com multidões”, aponta D. Nathanael Nizar Samaan.
A assembleia deve reunir participantes do Curdistão iraquiano e deslocados provenientes de Mossul e da Planície de Nínive; a liturgia será celebrada em rito latino, com cânticos em árabe e aramaico.
O arcebispo siro-católico adianta que também os muçulmanos esperam pelo Papa Francisco “com grande expectativa”.
Já D. Basel Yaldo, bispo auxiliar de Bagdade, destaca a passagem por Ur, lugar ligado a Abraão, “sinal de unidade” para os que vivem no Iraque.
“Ver a casa de Abraão será um grande símbolo de unidade para todas as religiões que têm esse elemento em comum”, assinalou.
O coordenador geral para a visita, na Igreja iraquiana, deixa votos de que a viagem possa ajudar o país a “ser uma nação de mentalidade aberta”.
Dos cerca de 1,5 milhão de cristãos existente no Iraque antes da segunda Guerra do Golfo de 2003, apenas 250 mil permanecem no país; pertencem a várias Igrejas de rito oriental, católicas e ortodoxas.
A viagem do Papa estava prevista para 2020, mas problemas de segurança e a pandemia adiaram a visita.
D. Basel Yaldo admite que ainda existem preocupações, mas sublinha que a prioridade da Igreja é “garantir a segurança de todos”.
OC