«Memórias que Contam»: Cónego Orlando Mota e Costa, uma figura «incontornável» na história da Solidariedade em Portugal

Padre Lino Maia, presidente da CNIS, evoca primeiro líder da União das IPSS

 

Porto, 25 fev 2021 (Ecclesia) – O padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), recorda hoje nas ‘Memórias que Contam’ o cónego Orlando Mota e Costa, primeiro presidente da União das IPSS e figura “incontornável” da história das mesmas.

“Hoje não se pode falar de proteção social neste país sem uma referência a este homem”, destaca o convidado de hoje no projeto de conversas que a Agência ECCLESIA está a promover no tempo da Quaresma.

O cónego Orlando Mota e Costa faleceu em novembro de 2020, aos 88 anos de idade; foi ordenado padre, aos 23 anos, por D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, tendo desempenhado a missão de coadjutor e depois assistente diocesano da Juventude Operária Católica e dos Organismos Rurais de Acão Católica.

Em 1969, foi nomeado pároco de Cedofeita, onde se manteve durante várias décadas.

O padre Lino Maia evoca a “atenção muito especial aos pobres” e às famílias, em particular os idosos, do cónego Orlando Mota e Costa, que foi um “pároco de referência” na cidade do Porto.

O entrevistado confessa-se marcado pela “dignidade” com que o falecido sacerdote celebrava e se dirigia às pessoas, falando de alguém com “uma liderança natural”.

O atual presidente da CNIS recorda o processo que levou a congregar as IPSS numa união, poucos anos depois do 25 de Abril, ainda num clima de instabilidade política.

“Ela achava que a Igreja não se podia enclausurar, encerrar dentro de paredes. Era preciso que neste movimento de congregação das instituições de solidariedade estivessem todas, independentemente de serem ou não da Igreja”, assinala.

O padre Lino Maia considera que a direção imprimida pelo cónego Orlando Mota e Costa e seus colaboradores acabou por ser “profética”.

“Se tivesse olhado só para o interior, para as instituições da Igreja, naquele enquadramento histórico, provavelmente esse movimento abortaria, depressa”, constata.

O entrevista presta homenagem a uma vida de serviço que inspirou as pessoas empenhadas numa “sociedade melhor, com mais proteção”.

“É uma pessoa a quem todos nós devemos muito”, conclui, lembrando um “grande amigo”.

‘Memórias que Contam’ são as conversas online na Agência ECCLESIA que ao longo da Quaresma estão a evocar pessoas ligadas à Igreja Católica, falecidas durante a pandemia.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top