IPSS querem combate à fome assumido como «desígnio nacional»

Assumir o “combate à fome em Portugal como um desígnio nacional” é um dos temas que instituições de solidariedade social vão debater hoje com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, numa reunião em Lisboa. A informação foi dada à agência Lusa pelo Pe. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), para quem a luta contra a pobreza deve ser encarada como “um desígnio nacional, com um combate sério e profundo”. “Numa altura em que os preços dos bens de primeira necessidade vão subindo em flecha e em que as bolsas de pobreza vão aumentando, sobretudo nas grandes cidades, é importante assumir o combate à pobreza como um desígnio nacional, bem como saber o que cada instituição no terreno pode e deve fazer por esse combate”, defendeu. Referiu que “apesar de a reunião de hoje ser um encontro preparatório sobre o Pacto de Cooperação e Solidariedade”, há necessidade de encontrar “convergências no sector da economia social, que tem sido um pouco esquecido”. Os cuidados de saúde continuados, farmácias e Actividades de Tempos Livres (ATL) são, segundo Lino Maia, actividades que “deviam ser reguladas ao nível do pacto”. A necessidade de “redefinir” o modelo de comparticipação estatal às Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS) é outro dos assuntos que a CNIS e a União das Misericórdias vão levar para a reunião de hoje com Vieira da Silva, referiu. Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), disse à Lusa que é “urgente” que o estado “redefina o modelo de comparticipações, sob pena de as IPSS entrarem em colapso”. “A última versão do protocolo de cooperação, no qual se inserem as comparticipações, data de 2006 e as Misericórdias e outras IPSS estão a ser comparticipadas com base numa taxa de inflação de 3,1 por cento, reportada a esse ano quando a inflação actual é muito superior”, disse. Acrescentou que a UMP realizou um estudo que incidiu sobre o aumento de preço de bens de primeira necessidade para as misericórdias, nomeadamente alimentares, que concluiu que “a taxa real de inflação das Misericórdias em 2007 foi de 5,6 por cento e não de 2,5 por cento”. “É com base nesse estudo que já foi entregue no Ministério que as Misericórdias vão reclamar um aumento das comparticipações do Estado”, sublinhou. Além de Manuel Lemos, pela UMP e de Eugénio Fonseca, presidente adjunto da CNIS e presidente da Cáritas Portuguesa, vão também estar presentes na reunião representantes da direcção da União das Mutualidades. Redacção/Lusa

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