Interculturalidade em português

25 anos do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP no diálogo entre fé e cultura O Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) está a celebrar 25 anos de vida. Em declarações ao Programa ECCLESIA, o director desta unidade de investigação, Roberto Carneiro, frisa que a fundação do Centro foi “premonitória”, ao ter a visão da cultura como “terreno fértil para a evangelização” e para a própria Universidade. Utilizando ferramentas académicas, o CECEP procura “analisar de forma sintética e interdisciplinar” os problemas da sociedade portuguesa, dos países lusófonos e das comunidades que partilham o português no mundo, da Galiza a Goa, na “mestiçagem de línguas e culturas”. Dezenas de projectos foram promovidos para aproximar estes povos, destacando-se o investimento feito para “manter a língua portuguesa em Timor” ou na criação da Universidade Católica em Angola. O Centro desenvolve estudos, investigação e formação, organização de conferências e debates, e edita publicações. O seu carácter interdisciplinar proporcionou a cooperação académica e científica em diversas áreas temáticas como a globalização, a cultura popular, a cidade, a imigração, a educação, o emprego e a história, tanto em Portugal como no mundo de língua portuguesa. Rigor e qualidade são os princípios que gerem o centro, na realização dos “interesses públicos” a que se propõe, em benefício “das culturas de língua portuguesa”. Roberto Carneiro afirma que o português se deve afirmar como “língua alternativa”, também na Internet, fugindo ao “império da língua inglesa”. Neste aniversário, foi criado o blogue «Povos e Culturas» comemorativo dos 25 anos, com a finalidade de divulgar pontos de vista do CEPCEP sobre temáticas contemporâneas. O endereço é: www.cepcep25.blogspot.com. Sinais dos Tempos No dia que assinala as bodas de prata do CEPCEP (25 de Fevereiro) realizou-se uma conferência sobre «Leitura dos Sinais dos Tempos, um olhar cristão sobre a História» proferida por D. José Policarpo, na UCP. O Patriarca de Lisboa lembrou que este Centro de Estudos “traçou como objectivo e metodologia uma particular atenção ao evoluir das culturas dos povos de expressão portuguesa”. “Tantas vezes, na busca desse objectivo, alargou o horizonte cultural de análise para um universo cultural mais vasto, porque no nosso tempo, sobretudo no âmbito da cultura e da mutação cultural, é difícil confinar-se a um universo cultural restrito”, frisou. Para este responsável, “o divórcio entre o universo da cultura e a fé é redutor para a cultura e dramático para o futuro da fé e a sua capacidade de iluminar a história”. O Cardeal-Patriarca de Lisboa falou da concretização do carisma profético da Igreja, o qual “supõe, mais do que qualquer outra, que a Igreja faz parte da humanidade, tem uma comunhão de situação e de destino com todos os homens, aos quais foi enviada com a mensagem da esperança”. “Discernir sinais do Reino no drama da história, é identificar as realidades que são verdadeiramente uma presença do Reino de Deus na sociedade, em pessoas e instituições, e que são o fruto da acção do Espírito Santo. Um juízo sobre a sociedade de cada tempo histórico, e o nosso é o presente, se não inclui estas realidades positivas, verdadeiros fundamentos da esperança, é inevitavelmente incompleto e pessimista”, indicou. Para D. José Policarpo, “reveste-se de importância decisiva a presença empenhada dos cristãos na edificação de uma sociedade mais justa”, em especial perante os desafios da globalização. “A Igreja deve ser a afirmação viva e generosa da prioridade do espírito sobre a matéria, na certeza que só essa primazia do espírito, que também se exprime na cultura, pode desconjurar as ameaças globais, de guerra nuclear, de destruição do planeta, ameaçado por políticas erradas e por egoísmos consumistas descontrolados”, apontou. História Este centro foi criado a 25 de Fevereiro de 1983 e os seus estatutos foram aprovados pelo Conselho Superior desta Universidade a 23 de Novembro de 1984 e homologados pelo Magno Chanceler em 28 de Dezembro de 1984. “Há 25 anos tiveram os membros fundadores do CEPCEP a visão inovadora do diálogo intercultural, do encontro de povos e culturas com fundamento na matriz linguística portuguesa” – realça um comunicado do CEPCEP enviado à Agência ECCLESIA. Nas suas diversas actividades – estudo, investigação, formação, organização de conferências e debate, publicações – o CEPCEP procura promover o encontro de ideias, culturas e saberes, tendo podido contar com a colaboração e a presença de destacadas personalidades provindas dos cinco continentes. O seu carácter interdisciplinar foi “propício à cooperação académica e científica em diversas áreas temáticas como a cultura popular, a cidade, a imigração, a educação, o emprego e a história, tanto em Portugal como no mundo de língua portuguesa, em geral, e também na Europa” – salienta. Notícias relacionadas • Leitura dos sinais dos tempos, um olhar cristão sobre a História

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