Inquérito/CEP: Identidade religiosa molda «estilos de vida» em Portugal

Estudo da Universidade Católica destaca oração como uma das práticas mais persistentes

Fátima, Santarém, 18 abr 2012 (Ecclesia) – O posicionamento religioso dos portugueses motiva “estilos de vida distintos” entre crentes e não crentes, revela um estudo da Universidade Católica hoje divulgado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

O estudo, com cerca de 4000 respostas, revela em  particular “práticas de fim de semana bastante diferenciadas”, sublinhando a “prevalência de práticas domésticas entre os que se apresentam como pertencentes a uma religião”.

No caso dos católicos, mostra-se que são os que menos trabalharam no fim de semana anterior ao inquérito (18,8%) e são os que mais “ficaram em casa a descansar”(41,6%).

Os resultados destacam, por outro lado, que “as práticas orantes podem ser vistas como um dos comportamentos religiosos mais persistentes”: a soma dos que dizem rezar todos os dias (um terço dos inquiridos) e dos que rezam irregularmente alguns dias da semana chega a 59,7% do total.

Neste caso, destaca-se a “recitação de formas aprendidas (em 54,5% dos casos) e a prática livre e espontânea (40,4%)”, maioritariamente numa oração de súplica por si (em 51,1% dos casos) e pelos outros (52,1%).

A oração antes ou depois das refeições (4,2%), “à noite com as crianças” (9,1%) ou em família (7,4%) surge com pouca expressão estatística.

No estudo observa-se ainda que, em termos relativos, “a atitude de esperança e confiança está mais representada entre os que se classificam como pertencentes a uma religião”, incluindo 22,8% dos católicos.

Globalmente (63,5%), a atitude face ao futuro do país descreve-se preponderantemente sob a figura da preocupação e da inquietação (68,3% dos católicos).

Em contraponto à valorização de proposições que exprimem a religião enquanto sentido de orientação pessoal, bem como as relativas à moral humanitária ou aos valores altruístas, há pouca relevância das proposições relativas ao “senso cívico-político”: apenas 7,9% dos inquiridos ligam a sua crença religiosa à “honestidade no pagamento de impostos”.

O estudo ‘Identidades Religiosas em Portugal: Representações, Valores e Práticas – 2011’ foi realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião e o Centro de Estudos de Religiões e Culturas entre outubro e novembro de 2011, em Portugal continental; o erro máximo da amostra com um grau de confiança de 95% é de 1,6%.

A sondagem abrangeu cidadãos portugueses com 15 anos ou mais, distribuídos por regiões rurais, semiurbanas e urbanas, divididos por cinco regiões: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

Os resultados foram apresentados na assembleia plenária da CEP, que decorre até quinta-feira, em Fátima.

OC

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