Índia: Bispos católicos querem dia de luto

Dia 10 de Agosto, a Índia deve de observar um dia de luto. O desafio foi lançado por D. Joji Marampudi, presidente da Comissão para as Castas e Tribos e para as Classes menos desenvolvidas, órgão integrado na Conferência dos Bispos Católicos da Índia.

D. Joji Marampudi explicou à Agência AsiaNews que a iniciativa tem como objectivo “protestar contra a discriminação sofrida pelos Dalit, cristãos e muçulmanos”.

Os Dalit pertencem ao grupo mais desfavorecido, dentro da Scheduled Casta, a categoria mais baixa no sistema de castas da Índia. São mesmo apelidados de “intocáveis” ou “impuros”.

Na base da polémica está uma lei, aprovada em 1950, que reconhece aos membros da Scheduled Castas um conjunto de direitos, previstos na Constituição indiana, desde ajudas económicas, sociais e educacionais, até cotas para postos de trabalho.

Nessa altura, a lei estabelecia que não podia pertencer aos Scheduled Casta quem professasse outra religião, que não o hinduísmo. Uma determinação que foi emendada até 1990, permitindo a entrada a budistas e sikhs, mas muçulmanos e cristãos continuam de fora.

D. Joji Marampudi considera que a lei viola princípios constitucionais básicos, como a igualdade, a proibição de discriminação pela sua fé e a liberdade de escolher a própria religião.

Por isso, os bispos católicos pedem que sejam expostas bandeiras pretas em Igrejas e outros edifícios cristãos, nos encontros e iniciativas públicas, na esperança de que “seja um momento forte, para dar consciência às comunidades cristãs e solicitar a atenção do governo”.

A Comissão Nacional para as Minorias linguísticas e religiosas também já pediu a revogação total da lei de 1950, pretendendo que ela se torne totalmente neutra, em relação à religião.

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