Imigrantes são primeiros actores na sua integração

Obra Católica Portuguesa de Migrações reuniu com Cavaco Silva O Roteiro para a Inclusão realizado por Cavaco Silva nos dias 10 e 11 de Outubro, foi visto como “muito oportuno” dada a entrada em vigor da Lei da Nacionalidade, agendada para o próximo dia 1 de Dezembro, e da lei de imigração que se encontra em discussão no parlamento. Assim aponta o Padre Rui Pedro, director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM). “Este contacto com o terreno, vai ajudar a ter um olhar mais adequado à realidade quando a lei da imigração passar pela Presidência da República” afirmou Pe Rui Pedro à Agência ECCLESIA. Ao final da tarde do segundo dia do roteiro dedicada a “Voluntariado e Exclusão Social em meio urbano”, várias associações de imigrantes do concelho do Seixal e Institutos Particulares de Solidariedade Social, sentaram-se à mesa com o Presidente da República, Cavaco Silva. Nesta reunião esteve presente também o director da OCPM, onde foram apresentadas dificuldades sentidas pelas associações nomeadamente sobre legalização, burocracia, saúde, habitação e “até sobre o apoio prestado pelas autarquias às associações” aponta o Pe Rui Pedro. “O principal actor da integração são os próprios imigrantes” salienta, chamando a atenção para que sejam os próprios imigrantes a falar sobre os seus problemas. As autarquias, beneficiando da proximidade da população devem ter um papel mais activo na ajuda, assim como as próprias associações devem dialogar mais entre si “falando a uma só voz” afirma referindo-se ao conteúdo da reunião. A OCPM na reunião com o Presidente da República chamou a atenção para a necessidade de mostrar a importância da “emigração no desenvolvimento do país” a abordar no próximo roteiro, mostrando o “grande contributo dos emigrantes em Portugal”. Outra questão apontada foi o apelo à ratificação da Convenção da ONU de protecção dos direitos dos trabalhadores imigrantes e famílias “que até agora Portugal não ratificou”. As associações são os novos actores na integração dos imigrantes “dada a sua capacidade reivindicativa e proximidade que têm das pessoas” refere o Pe Rui Pedro, acrescentando que “enquanto se deixar a gestão da imigração entregue aos políticos, continuará a haver imigração ilegal”. O caminho é envolver a sociedade civil, as paróquias, as colectividade “porque estas revelam-se mais eficazes, por exemplo na procura de emprego, do que o próprio Instituto de Formação Profissional” aponta.

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