Imagens da Música de Tecla Ibérica em Beja

3.º Festival Terras sem Sombra – Música Sacra do Baixo Alentejo O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e a Arte das Musas estão a realizar o 3.º Festival “Terras sem Sombra” – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, uma iniciativa que começou no passado dia 15 de Novembro de 2006 e se prolonga, de forma itinerante, até 24 de Março do corrente ano. No lançamento da programação do Festival em 2007, vai ter lugar, no próximo sábado, dia 20 de Janeiro de 2007, pelas 21h00, na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja, um concerto de clavicórdio e cravo, interpretado por João Paulo Janeiro. O programa, de ressonâncias ibéricas, apresenta alguns dos tópicos mais relevantes – e mais atractivos – da música de tecla em Portugal, no contexto musical da Península Ibérica dos séculos XVI, XVII e XVIII. Desde a raiz vocal, patente em várias peças, passando pela música de dança, frequentemente marcada pela escrita de variações, até à sonata bipartida de finais de Setecentos, diversos são os recursos utilizados pelos compositores para dar forma à escrita para tecla. O reportório para cravo e para clavicórdio era o mais comum, embora estes instrumentos fossem utilizados em diferentes contextos: o cravo, de sonoridade mais generosa, apresentava-se em ambientes palacianos e na igreja; o clavicórdio, com um volume sonoro mais reduzido, mas dispondo de recursos expressivos a que nenhum outro instrumento de tecla pode aceder, era utilizado no contexto mais íntimo do recital privado e do estudo individual. Com direcção artística de Filipe Faria, da Fundação Calouste Gulbenkian, a terceira edição do Festival apresenta uma programação agrupada em torno de um tema fundamental, As Formas do Som: Vozes e Instrumentos, tema desenvolvido num conjunto de seis concertos em seis municípios do Baixo Alentejo. Os locais escolhidos para o efeito são sempre igrejas históricas da região que foram recentemente alvo de intervenções de conservação e restauro e possuem excelentes condições acústicas. É o caso da igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em pleno centro histórico de Beja, que reabriu recentemente as suas portas, depois de ter estado fechada durante cerca de vinte anos. Trata-se de um notável exemplo de “obra de arte total” que configura o culminar da estética barroca no Sul do país. Restaurada com toda a minúcia, através de uma parceria que envolveu a Diocese, o IPPAR e a Câmara Municipal de Beja, esta igreja ressurgiu de um longo processo de degradação e tem hoje um uso cultural, como museu. Não deixa de ser emocionante ouvir ressurgir aqui a sua tradição musical, outrora célebre. João Paulo Janeiro obteve o grau de Mestre em Musicologia Histórica com uma dissertação sobre a música religiosa de Francisco António de Almeida. É licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou Cravo e Clavicórdio com Cremilde Rosado Fernandes. Obteve também a licenciatura em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Participou em diversos cursos de música antiga, tendo a oportunidade de trabalhar órgão, cravo e baixo contínuo com Joaquim Simões da Hora, Ketil Haugsand, Ton Koopman e Bob van Asperen. Fundou em 1989 o grupo de música antiga Flores de Música, e, em 2005, o agrupamento vocal de solistas Capela Joanina. Com estes grupos tem realizado um trabalho de divulgação da música portuguesa dos séculos XVII e XVIII, tanto em concertos como em gravações. Desde então tem dedicado uma grande parte da sua actividade profissional ao estudo e transcrição da música barroca portuguesa. Participou em gravações discográficas de Música Portuguesa com o grupo Cantus Firmus e o Coro Gulbenkian. Gravou A Influência da Música Italiana para Tecla em dois órgãos históricos da cidade de Évora e realizou o levantamento dos órgãos históricos do Alentejo para a Delegação Regional da Cultura do Alentejo, tendo coordenado processos de restauro em vários órgãos históricos. Mais informação em www.terrassemsombra.com

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top