II Concílio do Vaticano: A inteligência e o carácter de D. Domingos Pinho de Brandão

Frequentou o Seminário Maior do Porto, terminando o seu curso de Teologia na Universidade Gregoriana. Foi ordenado sacerdote em Roma, na Basílica de S. João de Latrão (1943). Depois de ter paroquiado na sua terra natal, foi escolhido para o exercício da Reitoria do Seminário Maior do Porto pelo então bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que apostou no seu «carácter firme e transparente, inteligência lúcida, dúctil e ativa…»

Quando se celebram os 50 anos de ordenação episcopal de D. Domingos Pinho de Brandão convém recordar algumas facetas deste bispo português, professor universitário, arqueólogo e historiador de arte. Não foi padre conciliar, mas foi um pastor que viveu intensamente o II Concílio do Vaticano (1962-65).

Nascido em 1920 em Arouca e falecido no Porto em 1988, D. Domingos Pinho de Brandão foi uma destacada figura da Igreja e da cultura, nomeado bispo auxiliar de Leiria em 1966 e, mais tarde, bispo auxiliar do Porto (1972-88).

Frequentou o Seminário Maior do Porto, terminando o seu curso de Teologia na Universidade Gregoriana. Foi ordenado sacerdote em Roma, na Basílica de S. João de Latrão (1943). Depois de ter paroquiado na sua terra natal, foi escolhido para o exercício da Reitoria do Seminário Maior do Porto pelo então bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que apostou no seu «carácter firme e transparente, inteligência lúcida, dúctil e ativa…» (António Ferreira Gomes, «D. Domingos de Pinho Brandão», in Lucerna, 1984).

Com os problemas levantados na diocese do Porto pelo exílio do bispo D. António Ferreira Gomes, a quem se manteve sempre fiel, viu-se obrigado a abandonar a orientação do Seminário.

O padre Alexandrino Brochado que foi colega de curso deste bispo português escreveu, no jornal «Voz Portucalense» de 02 setembro de 2015, que nos domínios da História, da Arte Sacra e da Arqueologia “ninguém o igualou e, muito menos, o excedeu”. Os grandes mestres da Universidade do Porto, “com muita acuidade e invulgar interesse, procuravam o contato permanente e assíduo do grande cientista que foi D. Domingos Pinho de Brandão”.

No mesmo texto, o sacerdote que faleceu em 2006, realça que a sua sabedoria nestas matérias era fruto “dum intenso trabalho de pedagogia e de estudo aturado que não tinham limites de espécie alguma”. No seu depoimento sobre este bispo que viveu intensamente os acontecimentos conciliares, monsenhor Alexandrino Brochado refere que “muitas vezes, a altas horas da noite, pelas 2 e 3 horas da madrugada, eu via, com grande espanto, a luz acesa do seu quarto, o que quer dizer que, a essa hora, D. Domingos Pinho de Brandão ainda estava debruçado sobre a sua ferramenta literária, isto é, os livros de cultura que nunca deixaram de ser os seus companheiros prediletos”.

Investigador notável e plurifacetado no campo da história de arte, arqueologia, epigrafia, numismática, museologia, deixou inúmeros escritos nestas áreas. Um homem que absorveu os ensinamentos emanados do II Concílio do Vaticano.

LFS

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