Igreja: Uma vida «imensamente feliz» no Carmelo depois do Banco de Portugal

Irmã Lúcia Maria foi economista e descobriu a sua vocação religiosa aos 34 anos

Faro, 02 fev 2016 (Ecclesia) – A irmã Lúcia Maria, Carmelita Descalça, considera que a vocação “nasceu na eternidade em Deus” mas só a descobriu aos 34 anos quando trabalhava como economista no Banco de Portugal mas “nunca” pensou em ser freira.

“Sempre pensei em casar e ter muitos filhos. Queria ter seis filhos, desde a adolescência que tinha esta ideia, esta vontade, de ser aquilo que é mais a vida normal, que nos parece ser a vida normal nessas idades”, revela a religiosa no Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, na Diocese do Algarve.

“Nunca pensei em ser freira”, explica à Agência ECCLESIA, no contexto do Ano da vida Consagrada, considerando que a sua vocação “nasceu na eternidade em Deus” mas só a descobriu “aos 34 anos quando não pensava mesmo” nesta opção de vida.

“Jesus começou a falar ao meu coração e foi-me levando cada vez mais ao deserto e ia falando cada vez mais intimamente e fui descobrindo que estava a desafiar-me para a vida do Carmelo. Fui aceitando esse desafio e sou imensamente feliz”

Foi a 16 de julho de 2004, dia de Nossa Senhora do Carmo, que a irmã Lúcia Maria de Nossa Senhora de Fátima e da Santa Cruz chegou ao Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo para ser Carmelita Descalça, no Patacão, Concelho de Faro.

A religiosa é licenciada em economia pelo ISE – Instituto Superior de Economia – atual ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão depois através de um estágio entrou para o Banco de Portugal onde trabalhou durante 13 anos no Departamento das Reservas Externas, onde coordenava o grupo que fazia a avaliação da performance da gestão de reservas sobre o exterior.

Sobre o Ano da Vida Consagrada, a irmã Lúcia Maria considera que é importante, “sobretudo”, para mostrar ao mundo e à sociedade que a “Igreja está viva porque Jesus continua vivo, ilumina, impulsiona”.

“A vida consagrada, apesar de se falar tanto em crises continua a existir porque ele continua sempre a chamar alguns para serem sinais mais visíveis do seu amor”, acrescenta.

Segundo a religiosa, no Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Algarve, durante este ano específico as irmãs carmelitas mostraram a vocação através de iniciativas externas e internas, nos retiros pessoais e comunitários: “Revisitando toda a história de amor que Jesus faz connosco, revisitando toda esta história de gratidão, de ser consagrada, de ser do Senhor.”

Para a Igreja local e para os visitantes prepararam um desdobrável sobre o Carmelo, com “fotografias e uma pequena apresentação daquilo que é a vida de carmelita”, em concreto deste Carmelo no Algarve.

“Temos vivido sobretudo também com a nossa página na internet, torna-la mais atualizada, falar sobre a vida consagrada e o que é para nós ser consagradas e a felicidade de sermos consagradas”, acrescenta a irmã Lúcia Maria que na descoberta da sua vocação também utilizou a internet.

“Mais do que falar sobre a vida consagrada, fazer doutrina ou discursos, é com pequeninos gestos mostrarmos a alegria de sermos consagradas, de pertencermos à Igreja de Jesus para bem da Igreja e da humanidade como assim o cremos e acreditamos”, acrescenta.

O Ano da Vida Consagrada começou a 29 de novembro de 2014 por iniciativa do próprio Francisco, primeiro Papa jesuíta da história da Igreja, para celebrar com toda a Igreja o “dom” desta vocação e “reavivar” a sua “missão profética”, e conclui-se hoje, festa litúrgica da Apresentação de Jesus.

CB/OC

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