Igreja: «Um drama do nosso tempo é fechar os olhos à realidade», alertou o Papa (c/vídeo e fotos)

Francisco participou em Missa pelos 400 anos de canonização de Santo Inácio de Loiola

 

Roma, 12 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em Roma que a Igreja deve estar atenta à realidade, alertando para o atual “clima consumista e individualista”, que perde de vista a vida concreta das pessoas.

“Um drama do nosso tempo é fechar os olhos à realidade e voltar a face para o outro lado. Que Santa Teresa nos ajude a sair de nós mesmos e subir ao monte com Jesus, para nos apercebermos que Ele Se revela também através das chagas dos irmãos, dos esforços da humanidade, dos sinais dos tempos”, referiu, na homilia da Missa que assinalou o 400.º aniversário da canonização de Santo Inácio de Loiola, fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas).

Francisco, primeiro Papa jesuíta da história, cedeu a presidência da celebração ao prepósito-geral da Companhia, padre Arturo Sosa, tendo pronunciado a homilia, numa celebração em que participou de forma “privada”, segundo nota da sala de imprensa da Santa Sé.

Numa celebração inserida no Ano Inaciano, na igreja de Gesù, em Roma, o Papa pediu aos Jesuítas que superem “lamentos e nostalgias”.

“São tentações que paralisam o caminho, sendas que não levam a parte alguma. Pelo contrário, assumamos a nossa vida a partir da graça; e acolhamos a dádiva de cada dia para o viver como um pedaço de estrada rumo à meta”, declarou.

A intervenção destacou a importância da comunhão, nas comunidades católicas e na Vida Consagrada, desafiando todos a procurar novos caminhos, evitando “os da repetição estéril, da comodidade, do já visto”.

Francisco destacou que a oração deve levar os crentes a mergulhar numa “transformação”, lançando uma “luz nova” sobre as pessoas e situações.

“Como estamos a levar para a oração a guerra em curso?”, questionou.

Rezar é transformar a realidade. É uma missão ativa, uma intercessão contínua. Não é distância do mundo, mas mudança do mundo. Rezar é levar o palpitar dos acontecimentos até Deus para que o seu olhar se abra de par em par sobre a história”.

A 12 de março de 1622, o Papa Gregório XV canonizou, na mesma cerimónia, cinco figuras da Igreja Católica: Inácio de Loiola e Francisco Xavier, jesuítas; e Teresa de Ávila, Filipe Néri e Isidoro Lavrador.

Com a bula ‘Regimini militantis Ecclesiae’, a Companhia de Jesus (Societas Iesu) foi aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III, a27 de setembro de 1540; no ano seguinte, Inácio foi eleito o primeiro superior geral, passando a viver em Roma (Itália).

O Ano Inaciano, ‘Ignatius 500’, começou a 20 de maio de 2021 e decorre até 31 de julho de 2022, data em que se comemora a festa litúrgica de Santo Inácio de Loiola.

A celebração começou nos 500 anos da batalha de Pamplona, na qual jovem Iñigo López de Oñaz y Loiola foi atingido por uma bala e iniciou um longo período de convalescença e conversão que levou à fundação da Companhia de Jesus.

OC

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