Igreja/Sociedade: Serviço Jesuíta aos Refugiados celebra 40 anos e quer fazer «parte da construção de um futuro mais digno»

«O papel é ajudar migrantes a encontrar um caminho e a reconciliar-se com a sua história» – André Costa Jorge

Lisboa, 14 nov 2020 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS)- Portugal afirmou a celebração dos 40 anos desta organização internacional da Igreja Católica é um desafio a “fazer parte da construção de um futuro mais digno” para os migrantes e para as comunidades que os acolhem.

“O papel do JRS é ajudar migrantes a encontrar um caminho e a reconciliar-se com a sua história. Nós queremos fazer parte da construção de um futuro mais digno para os migrantes e também para as comunidades que os acolhem”, disse André Costa Jorge à Agência ECCLESIA, a respeito do aniversário que se celebra hoje.

O JRS – Jesuit Refugee Service foi fundado a 14 de novembro de 1980, com a missão de “acompanhar, servir e defender”, pelo padre jesuíta Pedro Arrupe, motivado pela “tragédia dos refugiados vietnamitas que fugiam em barcos”.

Segundo o diretor do JRS-Portugal ao longo destas quatro décadas a organização “procurou sempre honrar o legado do fundador”, cumprindo a missão que foi definida de “caminhar ao lado dos migrantes, acompanhar os migrantes, ser a voz dos que não têm voz, e servir os migrantes servindo os mais pobres”.

Neste contexto, André Costa Jorge destaca a “feliz coincidência” do aniversário da organização este ano acontecer por altura do IV Dia Mundial dos Pobres (domingo, 15 de novembro), que o Papa instituiu na Igreja Católica há quatro anos.

“Esta proximidade destas datas vem-nos dizer que não celebramos apenas uma data, celebramos um sentimento de esperança que fez nascer a missão do JRS e que ainda hoje nos inspira para continuarmos com a mesma força e determinação”, desenvolve.

André Costa Jorge explica que muitas pessoas que migram também “procuram esse reencontro com a esperança”, proteção e “abrigo” que podem e devem dar e, sobretudo, lembram que “como essas pessoas um dia podem precisar dessa proteção”.

“A nossa condição transversal de seres humanos que nos liga, essa humanidade que nos liga a todos, hoje, nesta altura tão delicada, com a pandemia, tantas questões que nos fazem pensar que somos uma só família humana. Estas datas servem para assinalar que devemos cuidar da casa comum, do mundo em que vivemos, que devemos cuidar uns dos outros, e que devemos todos contribuir para um mundo mais solidário e mais justo”, observa.

O Papa Francisco escreveu uma carta por ocasião dos 40 anos do Serviço Jesuíta aos Refugiados afirmando a importância “vital de estender a mão da amizade aos que estão sozinhos e separados de suas famílias”.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados – Portugal foi criado em 1992 e tem atuado junto dos seus utentes em diversas áreas, como apoio social,  psicológico, apoio médico e medicamentoso,  jurídico, encaminhamento e apoio à integração profissional, alojamento de imigrantes sem-abrigo, e atualmente é responsável pela coordenação-geral da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), entre outros projetos.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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