Igreja/Sociedade: Santa Sé defendeu combate à corrupção junto da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa

«Sendo uma das feridas mais dilacerantes do tecido social, cria sérios danos, do ponto de vista ético e económico» – D. Janusz Urbańczyk

Foto: OSCE

Cidade do Vaticano, 15 jun 2020 (Ecclesia) – A delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) alertou hoje para a corrupção, que pode alastrar com a pandemia de Covid-19, e apelou à transparência, honestidade e confiança entre instituições e cidadãos.

“É inegável que a corrupção, sendo uma das feridas mais dilacerantes do tecido social, cria sérios danos, tanto do ponto de vista ético quanto económico. Dá a ilusão de ganhos fáceis e rápidos, mas na realidade prejudica a todos, minando a confiança recíproca, ofuscando a transparência e levando a duvidar da fiabilidade de todo o sistema jurídico e social”, explicou o observador permanente da Santa S, em intervenção divulgada pelo portal ‘Vatican News’.

D. Janusz Urbańczyk assinalou que, por causa da pandemia, aconteceram “mudanças sociais, económicas e ambientais tangíveis”.

“No campo pessoal, nacional e internacional, uma maior atenção ao combate à corrupção, que representa uma grande ameaça: Gera instabilidade e estende-se a muitos aspetos da dimensão económica e humana”, desenvolveu.

A delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa participou, esta segunda-feira, numa videoconferência de preparação do 28.º Fórum Económico e Ambiental da OSCE, que tem como tema ‘Promover a segurança, estabilidade e crescimento económico, prevenindo e combatendo a corrupção através da inovação, aumentando a transparência e a digitalização’.

D. Janusz Urbańczyk salientou que quem faz parte da administração pública “tem o dever crítico de trabalhar com transparência e honestidade”, favorecendo uma relação de “confiança entre cidadãos e instituições”.

“A falta dessa confiança é uma das manifestações mais graves da crise da democracia”, acrescentou o observador permanente da Santa Sé na OSCE.

Neste âmbito, e com “uma crise de saúde sem precedentes”, a Santa Sé refere que a prioridade dos governos “é obviamente a proteção da saúde e da segurança”, mas essas ações de combate e resposta ao vírus Covid-19 “podem expor riscos potenciais e oportunidades de corrupção e violações das normas de combate” e, neste período da pandemia, “é necessário permanecer vigilantes”.

Para além de ser “um desafio para toda a Comunidade Internacional”, D. Janusz Urbańczyk explicou que a emergência da Covid-19 “também poderia oferecer uma oportunidade real” para procurar “soluções novas e inovadoras para combater a corrupção” mas que “não sejam divisórias, politizadas ou parciais” e procurem o “bem comum e o desenvolvimento humano integral de todos”, divulga o ‘Vatican News’.

A delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) citou o discurso do Papa Francisco aos funcionários do Tribunal de Contas Italiano, recebidos no Vaticano a 18 de março de 2019: “A corrupção rebaixa a dignidade do indivíduo e destrói todos os bons e belos ideais. A sociedade como um todo é chamada a assumir um compromisso concreto para combater o câncer da corrupção em suas várias formas.”

CB

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