Igreja/Sociedade: Obra Nacional da Pastoral do Turismo sai em defesa dos trabalhadores do setor

Dia Mundial do Turismo é visto como ocasião para lembrar desigualdades económicas, geográficas e geracionais

Lisboa, 16 set 2019 (Ecclesia) – A Obra Nacional da Pastoral do Turismo defendeu, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, que a atividade turística deve ser um “meio de promoção do ‘desenvolvimento integral’” dos homens, promovendo a cooperação entre comunidades e a criação de fraternidade.

“A atividade turística tem de estar, primeiramente, ao serviço da dignidade da pessoa, não apenas de quem usufrui desta atividade, mas igualmente de quem nela trabalha. Deve servir a dignidade humana pela via da satisfação das necessidades económicas e de subsistência dos trabalhadores do turismo”, refere o texto, assinado pelo diretor do organismo ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, padre Carlos Godinho.

A respeito do Dia Mundial do Turismo, celebrado a 27 de setembro, o padre Carlos Godinho fala numa ocasião para combater desigualdades, de género e económicas, provocadas pela “sazonalidade” ou pela lacuna na formação que marca algumas gerações, mas também para encontrar na atividade turística um instrumento de “compromisso comunitário”.

“A atividade turística deve compreender um claro compromisso comunitário: servindo o desenvolvimento integral do território, deve potenciar fatores endógenos da cada região, mediante programas de incentivo, formação, e desenvolvimento de parcerias com os municípios”, alerta a ONPT.

Em causa uma “solidariedade nacional” que evidencie um “desenvolvimento igualitário de todo o território português” e “políticas de redistribuição dos benefícios económicos”.

O organismo católico adverte para a necessária “equidade nas remunerações”, seja em função de género ou de idade, sublinhando a importância da “formação e habilitação” para operar na atividade turística.

Não será compreensível uma remuneração desigual em função do género, conforme sejam assumidas por homens ou por mulheres. De igual modo, os jovens que acedem ao mercado de trabalho, na atividade turística, devem poder fazer a sua progressão natural no mundo do trabalho, sendo remunerados em função dessa mesma progressão”.

O respeito pelo descanso e pelos laços familiares está ainda patente nas preocupações da pastoral do Turismo, alertando para a importância de não se “cercear relações, particularmente nas épocas de atividade mais intensa” e fomentar “um equilíbrio entre atividade, descanso e lazer, que vise um verdadeiro equilíbrio da pessoa e uma sã convivência interpessoal”.

O desenvolvimento humano, social e cultural deve estar inscrito na atividade turística, assinala o padre Carlos Godinho, numa altura em que “um em cada onze postos de trabalho são gerados pela atividade turística”.

Pela importância, esta atividade deverá ser geradora de “diálogo intercultural, para a promoção das culturas locais, no respeito pela identidade de cada comunidade, e, muito especialmente, formar para o acolhimento das pessoas, sabendo que o turismo vive precisamente do autêntico encontro interpessoal”.

‘O turismo e o trabalho: um futuro melhor para todos’ é o tema que conduz o próximo dia 27 de setembro, data em que se assinala mundialmente a atividade turística.

A ONPT organiza para os dias 25 e 26 de outubro as Jornadas nacionais dedicadas ao tema ‘Igreja: Turismo e Comunicação’.

LS/OC

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Agência ECCLESIA

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