Igreja/Sociedade: Grupos de visitadores dinamizaram peregrinações «ao interior» das prisões

Iniciativa nacional teve eventos em Elvas e Leiria

Lisboa, 29 set 2020 (Ecclesia) – Os grupos de visitadores ‘Samaritanos’, em Leira, e ‘Mateus 25’, em Elvas, dinamizaram, nos estabelecimentos prisionais locais, a ‘Peregrinação ao Interior’, uma iniciativa nacional da Pastoral Penitenciária de Portugal, adaptada à atual situação de pandemia.

“Rezaram com muita devoção, fomos cantando, no final de cada mistério enunciávamos os estabelecimentos prisionais por quem estávamos a rezar, depois consagramos a Nossa Senhora, fizemos um tempo de silêncio e assim passou”, explica a irmã Maria de Fátima Magalhães à Agência ECCLESIA.

A religiosa da Companhia de Santa Teresa Jesus (Teresiana) refere que, no início da visita à Cadeia de Elvas, este sábado explicou que era o dia da quinta peregrinação nacional da Pastoral Penitenciária de Portugal e que iam “estar unidos a todos os estabelecimentos prisionais e a todas as pessoas privadas de reunião”.

O departamento da Pastoral das Prisões da Conferência Episcopal Portuguesa preparou um guião com a oração do terço, sugestão para a Eucaristia ou Celebração da Palavra e momento de Oração Comum.

A irmã Maria de Fátima Magalhães recordou que, separados por acrílicos, 10 reclusos e quatro colaboradores da Assistência Espiritual e Religiosa fizeram a peregrinação, com a recitação do Terço que teve meditações escritas por um recluso, um colaborador, por um Guarda Prisional e um sacerdote.

Joaquim Carrasqueiro, presidente do grupo ‘Samaritanos’, explica, por sua vez, que a peregrinação em Leiria começou com a Eucaristia, após preparação para a celebração: “Os reclusos já estavam familiarizados pela realidade”.

O grupo ‘Samaritanos’, que nasceu há mais de 25 anos visita o Estabelecimento Prisional regional de Leiria, bem como a “Prisão Escola”, destinada aos jovens.

“Sabemos que há jovens que, depois da partilha que fazemos com eles, se reúnem durante a semana e são conselheiros, conforto uns aos outros”, assinala.

Joaquim Carrasqueiro realçou que, no regresso das visitas às prisões, depois do confinamento, “o universo não era o mesmo” e encontraram “malta nova” que nem sabiam quem era o grupo ‘Samaritanos’.

“Reunimos para dar a perceber quem somos, o que fazemos e tem sido a nossa tarefa neste momento que tem sido bastante agradável. Eles sentem alguma coisa diferente”, desenvolveu, realçando que durante o isolamento, com o capelão, telefonaram para saber com estavam os reclusos.

CB/OC

“Durante o confinamento não os deixamos sozinhos”, destaca a irmã Maria de Fátima Magalhães.

A responsável pelo grupo ‘Mateus 25’ exemplifica que o arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, o capelão e “todos os colaboradores, todos os voluntários”, escreveram mensagem que resumiu “num livrinho” onde incluí “um esquema da Via-Sacra” e levaram “para todos os reclusos, entre 70 a 80”, com um “saquinho de amêndoas, um sabonete e barras de sabão azul”, que o Estabelecimento Prisional de Elvas pediu.

A religiosa Teresiana destaca, segundo o testemunho de um Guarda Prisional, que os “irmãos privados da liberdade exterior” na prisão com estas visitas “ficam mais calmos, mais serenos, assumem a realidade”, e dão “sempre um trabalho para casa”, esta semana, pediram para procurarem “o colega com quem falam menos, com quem estão zangados” e ao jeito de Jesus “amar o inimigo”.

 

 

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Agência ECCLESIA

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