Igreja/Sociedade: Globalização apresenta ilusão de «Europa como paraíso», alerta arcebispo angolano

D. Gabriel Mbilingi preside a encontro de bispos das Conferências da Europa e de África

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 13 abr 2018 (Ecclesia) – O presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África (SECAM) apontou como fator positivo da globalização a partilha de informações, mas destacou como pontos negativos “a secularização” e a ilusão de ver na Europa o “paraíso”.

D. Gabriel Mbilingi falava esta quinta-feira, em Lisboa, à Agência ECCLESIA e ao ‘Vatican News’, no início do encontro do SECAM e do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).

“Um dos fenómenos que afeta o continente de forma negativa é que a Europa é apresentada como paraíso, terra de liberdade, talvez até de desenvolvimento”, o que leva muitos africanos a atravessar o Mediterrâneo sem olhar para os perigos desta decisão.

Os responsáveis católicos estão reunidos em Portugal, até domingo, para debater o tema ‘O significado da globalização para a Igreja e para as culturas na Europa e na África’.

O presidente do SECAM sustenta que a se transformou numa “cultura”, “uma espécie de ideologia” que vai envolvendo diversos setores da vida.

“A nível da Igreja, temos várias ideologias que estão à volta da própria globalização que afetam os valores da Doutrina Social da Igreja para o desenvolvimento, a harmonia, até para a fraternidade, que é o aspeto mais delicado da situação”, desenvolveu o prelado.

Para o arcebispo angolano, quando a Igreja se coloca perante “a realidade do mundo que vai mudando rapidamente” é preciso “muito mais” empenho, porque a globalização está também relacionada “com a chamada secularização”.

Para além do arcebispo angolano, a reunião está a ser presidida pelo cardeal italiano D. Angelo Bagnasco, presidente do CCEE.

D. Gabriel Mbilingi destacou como fator positivo da globalização o mundo estar “tão interligado”.

“Os fenómenos, as situações históricas, os acontecimentos são imediatamente são conhecidos”, sublinhou, realçando ainda positivamente que a ajuda nos casos que “exigem uma certa solidariedade e uma intervenção mais rápida”.

O encontro tem lugar em Lisboa e Fátima a convite do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, o cardeal-patriarca D. Manuel Clemente, que também vai esta presente.

O secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), padre Duarte da Cunha, realçou a importância das relações entre Portugal e África, que considera “fundamentais”.

O último encontro do CCEE-SECAM, em 2016, realizou-se em Moçambique.

“Tornamo-nos mais próximos, unidos na mesma língua embora na diversidade de culturas. A língua tem influência sobre a cultura, mas é importante que a relação que temos se realize e consolide”, assinalou D. Gabriel Mbilingi, arcebispo do Lubango (Angola).

CB/OC

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