Igreja/Sociedade: Dinâmica das Jornadas Mundiais da Juventude insuficiente para contrariar falta de «apóstolos»

Antigo responsável pela pastoral juvenil em Portugal afirma que o esforço da Igreja Católica não pode ficar apenas pelo «aparato» que caracteriza o evento

Lisboa, 10 ago 2011 (Ecclesia) – O antigo diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Manuel Oliveira de Sousa, considera que as Jornadas Mundiais da Juventude ainda “não materializaram” Cristo no coração dos homens, apesar de contarem com mais de 25 anos de história

“A dinâmica está muito bem feita, canaliza muito entusiasmo, mas depois este processo não se traduz nas comunidades, no dia a dia, nos grupos de jovens, na transformação da sociedade pelos valores cristãos”, defende o professor, em entrevista ao programa ECCLESIA, na RTP-2, transmitido hoje a partir das 18h00.

Para aquele especialista, que também liderou os destinos do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Aveiro durante 13 anos, a razão desta lacuna não está unicamente na “separação assumida entre o Estado e a Igreja”, que se verifica atualmente em Portugal e em outros países.

No meio do “aparato” que caracteriza as jornadas, falta “atualizar” o plano de Deus no meio dos mais novos, para que uma vez terminado o evento, não se tenha de “começar tudo outra vez”, avisa.

Pegando numa imagem bíblica, Manuel Oliveira de Sousa compara o encontro global de jovens às comunidades da Igreja Católica primitiva, em que “está ali toda uma estrutura, o sucessor de Jesus Cristo, os melhores apóstolos da juventude, supostamente, mas depois cada um vai para seu lado”.

“Nem é manhã de Pentecostes nem da Ressurreição, parece mais a torre de Babel, em que cada um fala outra língua e ninguém se entende”, lamenta o docente.

A poucos dias do início das Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, em Madrid, Oliveira de Sousa espera que, tal como aconteceu com os antigos discípulos de Jesus, sejam dadas condições aos jovens para “subirem à montanha” e serem “transformados” por Deus.

Só assim a Igreja Católica poderá contrariar a sua “dificuldade em encontrar apóstolos”, conclui.

PTE/JCP

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