Instituição católica gere 15 escolas em cinco países desta região do Médio Oriente
Jerusalém, 12 set 2020 (Ecclesia) – A Custódia da Terra Santa trabalha há 800 anos no Médio Oriente, em favor da tolerância e da paz, concretizando um sonho de São Francisco de Assis, com destaque para 15 escolas católicas, abertas a alunos de outras religiões e confissões.
“Há uma bela convivência e um belo diálogo ecuménico nas nossas escolas. Vivemos essa convivência praticamente todos os dias”, afirma frei Ibrahim Faltas, diretor das Escolas Terra Santa.
Em cinco países desta região do Médio Oriente, a Custódia gere 15 escolas frequentadas por 11 mil alunos e 1100 professores, e sendo católicas têm as portas abertas a muçulmanos, judeus e cristãos de diversas identidades.
“São instrumentos fundamentais para garantir à população local a possibilidade de acesso à ciência e à formação cristã que de outra forma seria impossível neste contexto… Ao mesmo tempo são a prova de que a convivência entre religiões e culturas não só é possível como é a única via para gerar desenvolvimento e bem-estar”, salientou o diretor das Escolas Terra Santa.
Uma das finalidades desta aposta na educação é permitir que os cristãos locais estudem na sua própria terra, e assim evitar que saiam do país para o exterior, contribuindo para a redução da já pequena comunidade cristã.
Todos os anos são concedidas 500 bolsas, mantidas por dois programas diferentes que cobrem a totalidade ou parte das despesas escolares.
A Custódia da Terra Santa é também uma vasta rede de apoio social em vários países como o Líbano, Síria, Israel, Palestina e Jordânia.
O apoio na obtenção de habitação, a reconstrução de casa destruídas pela guerra na Síria ou o auxílio às vítimas da explosão de agosta ocorrida em Beirute são, atualmente, prioridades dos franciscanos da Custódia da Terra Santa.
Este domingo, realiza-se uma coleta universal para auxiliar todas estas frentes humanitárias e para manter os lugares históricos do cristianismo, que foi adiada de Sexta-feira Santa por causa da pandemia.
Um trabalho que vai estar em destaque, este domingo, nas emissões dos programas ECCLESIA (Antena 1, 06h00) e ‘70×7’ (RTP2, 17h25)
HM/OC
Foi no contexto quinta cruzada que S. Francisco de Assis se apresentou ao sultão do Egito Al Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo.
Ao ódio entre cristãos e muçulmanos, o santo de Assis contrapunha diálogo e paz, num gesto pacífico entre dois mundos culturais que seria também a norma de vida dos frades da Custódia. Em 1219 abria-se no Médio Oriente uma porta para a paz que os franciscanos têm mantido aberta à conta de esforço sacrifício e da solidariedade dos cristãos de todo o mundo. O mandato era claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus. Os lugares onde Jesus viveu não são simples pedras evocativas, mas, acima de tudo, são um lugar onde se vive o Evangelho sendo minoria e querendo ser parte ativa numa sociedade onde a situação política, o diálogo com outras religiões e culturas, foi sempre um desafio à coragem e à convicção. |
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