Cón. António Rego sublinha «mudança humana» em curso Internet 2.0, Redes Sociais ou Blogues são algumas das palavras mais repetidas por estes dias, entre responsáveis da Igreja Católica, preparando a celebração, no próximo Domingo, do 43.º Dia Mundial das Comunicações Socais, este ano dedicado ao tema «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade».
O director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja (SNCS), Cón. António Rego, refere ao Programa Ecclesia que a mensagem de Bento XVI para este ano “mergulha na grande novidade que está a acontecer nos media em geral”.
Para além da evolução tecnológica, este responsável defende que o Papa procura destacar a “mudança humana” gerada por esta mudança, com “novas formas de relacionamento”.
Estes meios apresentam, assim, uma “grande potencialidade”, com uma abordagem “cheia de frescura” e capaz de chegar a todos, crentes ou não.
O director do SNCS destaca o facto de Bento XVI, na sua mensagem, se incluir entre “aqueles que já não percebem muito” de toda a “panóplia de instrumentos novos de comunicação entre as pessoas que frequentam esta catedral, digamos assim, das novas tecnologias”.
“A Igreja toda é mobilizada, para que inclua esta temática na sua reflexão”, adianta, pedindo que haja capacidade para ver o que há de “novo e excelente” nestas formas de relacionamento.
“Há perigos, não vamos negá-lo, mas também potencialidades. São os educadores que têm de aprender com as crianças e os jovens” que sabem criar “novos mundos”, prossegue.
O Cón. António Rego diz ser fundamental perceber que “há uma nova comunidade, em rede”, que não deixam de merecer atenção e de se procurar potenciar. “Hoje estamos em contacto em qualquer parte do mundo”, sublinha.
“Temos aqui uma fonte inesgotável de capacidades humanas para as quais devemos olhar”, prossegue.
Dentro da Igreja, o surgimento de novas redes sociais e formas de relacionamento deve merecer, segundo o director do SNCS, uma postura “missionária”, com uma presença própria, “de intervenção pessoal, de pequenos grupos como também por outros meios”, mais institucionais.
Os “púlpitos” hoje incluem “centenas de forma diferentes” para levar por diante o trabalho de evangelização, sem medo dos riscos.
O SNCS da Igreja Católica em Portugal promove esta Quinta-feira, 21 de Maio, uma sessão de apresentação do 43.º Dia Mundial das Comunicações Sociais e do livro “Um ramo de amendoeira”, do Cón. António Rego. A sessão tem lugar no auditório 3 da Universidade Católica, em Lisboa, com início marcado para as 16h30.
A iniciativa começa com uma apresentação multimédia em torno da mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial. Na ocasião serão ainda apresentados ao público os novos portais da Agência ECCLESIA (http://www.agencia.ecclesia.pt/) e da Conferência Episcopal Portuguesa (http://www.ecclesia.pt/).
Na sua mensagem, Bento XVI enaltece o aparecimento de novas redes digitais que potenciam a “solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação”. O Papa sublinha que as novas tecnologias abriram “a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões”.
Pelas 16h45 tem lugar um debate sobre o tema “Igreja no palco mediático. Das conferências do Casino ao avião para os Camarões”, com a presença de Adelino Gomes, provedor do ouvinte da RDP; Graça Franco, directora de informação da RR e Pe. Manuel Morujão, porta-voz da CEP. O debate é moderado pelo Pe. Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
Em questão está o tratamento dado pela comunicação social a um conjunto de matérias relativas à Igreja Católica e seus responsáveis.
“Algumas palavras foram interpretadas de forma distorcida”, indica o Cón. António Rego, referindo a “falta de aprofundamento” das razões de alguns acontecimentos eclesiais.
A sessão conclui-se com a apresentação do livro “Um ramo de amendoeira”, por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, bens Culturais e Comunicações Sociais. A obra engloba os editoriais escritos pelo Cón. António Rego para o semanário Agência ECCLESIA, desde Outubro de 2003.