Igreja/Saúde: Doenças raras e descuidadas exigem opções por «periferias assistenciais do mundo»

Papa Francisco enviou mensagem à XXXI Conferência Internacional promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde

Cidade do Vaticano, 12 nov 2016 (Ecclesia)  – O Papa Francisco disse hoje que os profissionais da saúde têm de se comprometer com as “periferias assistenciais do mundo”, tratando as pessoas afetadas por doenças “raras e descuidadas”.

Numa mensagem enviada aos participantes na XXXI Conferência Internacional promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, sobre o tema ‘Por uma cultura da saúde acolhedora e solidária ao serviço das pessoas afetada por doenças raras e descuidadas’, o Papa disse que não basta o “estudo científico”.

“Juntamente com o estudo científico e técnico, é crucial a determinação e o testemunho de quem se compromete com as periferias não só existenciais, mas também assistenciais do mundo, como com frequência é o caso das doenças raras e descuidadas”, sublinhou Francisco.

De acordo com a mensagem do Papa, publicada na Sala de Imprensa da Santa Sé, 400 milhões de pessoas sofrem em todo o mundo de doenças raras e 1000 milhões de doenças descuidadas, na maioria “de natureza infeciosa e difundidas entre as populações mais pobres do mundo”.

Para Francisco, o desafio para tratar as doenças raras e descuidadas “é desmesurado”, do ponto de vista científico, clínico e económico, porque implica “responsabilidades e compromissos à escala global” que comprometem “autoridades políticas e sanitárias internacionais”, indústria biomédica, associações e instituições de voluntariado.

Depois de desafiar os profissionais da saúde a darem atenção às “periferias assistenciais”, o Papa reafirmou o estado de ‘saída’ como condição para dar “testemunho no concreto da misericórdia divina, fazendo-se ‘hospital de campanha’ para as pessoas marginais, que vivem em cada periferia existencial, socioeconómica, sanitária, ambiental e geográfica do mundo.

Francisco disse também que a atenção às doenças raras e descuidadas implica justiça.

“Se é verdade que os cuidados a pessoas afetadas por uma doença rara ou descuidada está ligado em grande parte à relação interpessoal médico-doente, é igualmente verdade que a consideração na escala social deste fenómeno sanitário reclama um claro contexto de justiça, no sentido de ‘dar a cada um o que é seu’”, afirmou o Papa.

Para Francisco, “se a pessoa humana é um valor eminente, deduz-se que cada pessoa, sobretudo as que sofrem – também uma doença rara ou descuidada – merece um inquestionável esforço para ser acolhida, cuidada e, na medida do possível, curada”.

A XXXI Conferência Internacional promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde decorreu na Aula Nova do Sínodo, do Vaticano, e decorreu entre os dias 10 e 12 de novembro.

PR

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