Igreja: Responsável do Vaticano desafia a superar sentimentos «discriminatórios» e «racistas» nas comunidades católicas (c/fotos)

Obra Católica Portuguesa de Migrações assinalou 60 anos com jornada de reflexão

Lisboa, 01 jul 2022 (Ecclesia) – O padre Fabio Baggio, subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), disse hoje que as comunidades católicas devem superar quaisquer sentimentos “racistas”.

“Não posso pedir aos outros que sejam acolhedores, se os primeiros sentimentos discriminatórios, racistas, estão dentro das nossas comunidades” referiu o responsável, falando na jornada de reflexão ‘Juntos, construímos um «nós» maior: Uma só família humana’, no Seminário de Alfragide.

A iniciativa é organizada pela Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), da Conferência Episcopal, que celebra hoje 60 anos de existência.

O responsável da Santa Sé evocou exemplos de “discriminação e xenofobia”, até dentro da Igreja, na gestão dos recursos sanitárias durante a pandemia de Covid-19.

“Primeiro nós, depois os outros”, exemplificou, a respeito de nacionalismos e do “individualismo radical”.

O colaborador do Papa falou sobre ‘Oportunidades e desafios de comunhão, participação e missão, nesta Igreja a caminho, neste mundo em construção’.

Para o sacerdote, a Igreja é chamada por Francisco a “deixar uma atitude reativa, para tomar uma atitude proativa”.

“É uma mudança que tem de começar por casa. Temos de mudar, as nossas comunidades têm de mudar”, sustentou.

Esta transformação, acrescentou, “envolve todas as pessoas” e é sublinhado pelo Papa no processo sinodal que lançou em 2021.

O subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral falou em “sérias ameaças de divisão” na Igreja, atualmente.

“As nossas comunidades não têm de eliminar as diferenças”, declarou, mas promover a comunhão entre elas.

A intervenção do padre Fabio Baggio evocou a inauguração, por Francisco, de uma escultura que retrata migrantes de todos os tempos, na Praça de São Pedro, em setembro de 2019, no final da Missa a que presidiu, por ocasião do 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o tema “Não se trata apenas de migrantes”.

O sacerdote destacou que alguns questionaram o Papa sobre quando a escultura será retirada do espaço, no Vaticano.

“Vamos tirá-la quando a sua mensagem já não for precisa”, respondeu o pontífice.

Na jornada da OCPM, o professor da Universidade Católica Portuguesa, Juan Ambrosio, apresentou uma reflexão sobre as mensagens do Papa para os Dias Mundiais dos Migrantes e Refugiados, de 2014 a 2022.

O programa contou ainda com uma mesa-redonda sobre o tema ‘Sementes de futuro – que interpelações Sociais e Políticas?’ e o lançamento da obra ‘Vidas à deriva: histórias de seres humanos detidos em situação irregular em Portugal’, da autoria de Ana Pinho, com prefácio de André Costa Jorge.

A jornada conclui-se com a celebração da Eucaristia, presidida por D. Daniel Batalha, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

OC

Portugal: Obra Católica de Migrações celebra 60 anos (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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