Frei Manuel Arantes destaca benefício que as dioceses e paróquias têm ao aprofundar a Bíblia Os grupos bíblicos reuniram-se em Fátima para o encontro anual. Mais do que aprofundar a Palavra, o encontro pretende "manifestar a alegria do encontro com o Deus da Palavra", que os vários grupos realizam ao longo do ano.
O Frei Manuel Arantes, secretario geral da Semana Bíblica e religioso Capuchinho explica à Agência ECCLESAIA que o XXX encontro teve como fio condutor «Paulo, Apóstolo da Palavra». Ao longo do fim-de-semana os vários grupos que se debruçaram sobre a vida de S. Paulo e leram as suas cartas, escolheram apresentar as cenas da vida e o centro da mensagem deste apóstolo.
"Um grupo encenou a prisão de Paulo e Silas, outro pegou na mensagem: "peço-vos irmãos, em nome de Jesus Cristo que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós", outro ainda apresentou Paulo a falar às suas igrejas", conta o frei capuchinho. Mas houve também um grupo de jovens que encenou os textos de Paulo sobre os diversos carismas, outro ainda que pegou na carta de Paulo a Filémon. Um grupo de Lisboa decidiu actualizar Paulo na sociedade.
Estes encontros podem trazer muitos "benefícios, não só aos grupos bíblicos, mas a todos os grupos paroquiais", acredita o Frei Manuel Arantes, recordando o último Sínodo dos Bispos, sobre a Palavra de Deus, que "insistiu mais uma vez na necessidade urgente de distribuir o pão da Palavra de Deus a todos".
O frade capuchinho dá conta do receio que, "durante muito tempo", bispos, padres, religiosos e leigos responsáveis de movimentos eclesiais tiveram de "falar e propor aos seus fiéis a leitura assídua da Sagrada Escritura por medo de desvios e de conotações com a igreja protestante".
"Esses preconceitos foram superados e estamos a assistir, em toda a Igreja ao ressurgir de uma nova era de adesão à difusão, leitura, meditação e estudo das Sagradas Escrituras".
O Frei Manuel Arantes dá conta de que as dioceses são beneficiadas porque quem dá vida às dioceses "são estas células, pequenos grupos que se reúnem, estudam e procuram levar para a vida o Evangelho de Jesus Cristo".
Os franciscanos capuchinhos dinamizam nacionalmente o aprofundamento bíblico. Este trabalho é assumido como um "levar a Bíblia ao povo, através de pequenas edições dos Evangelhos e de toda a Bíblia, organização de colóquios bíblicos, cursos". Os capuchinhos são também responsáveis pela organização de semanas bíblicas nacionais e regionais.
Um estudo recente indica que a Bíblia continua a ser pouco lida, apesar de traduzida em 2454 línguas. O capuchinho explica que sendo o "livro mais traduzido e mais lido em todo o mundo" continua a "estar muito longe de atingir o seu objectivo".
"Por isso destaca que "não só os grupos bíblicos mas toda a igreja, e não só a Igreja católica, mas todos aqueles que acreditam e professam que a Bíblia é Palavra de Deus para os homens, judeus, ortodoxos, protestantes e católicos, têm a responsabilidade e a missão de fazer tudo o que está ao seu alcance para que ela chegue a todos o mais depressa possível".
Os Franciscanos Capuchinhos organizam na última semana de Agosto em Fátima, no Seminário do Verbo Divino, a Semana Bíblica Nacional. Esta é também uma oportunidade de algumas pessoas dos grupos bíblicos, sobretudo animadores, participarem nestas iniciativas, com o objectivo "levar para os seu grupos o aprofundamento e, durante o ano, procurar estudar esse tema nas suas reuniões".