Porta-voz do episcopado católico português diz que é necessário criar cenário de confiança e esperança
Fátima, Santarém, 10 jul 2012 (Ecclesia) – O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje em Fátima que os responsáveis da troika devem olhar com “realismo” para a situação no país e pediu a criação de um “clima de esperança”.
“Sem confiança, sem esperança, não há clima de trabalho, de seriedade, de empenho, em que todos se sintam responsáveis pela solução da crise”, disse o padre Manuel Morujão, em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho Permanente do episcopado católico.
A próxima missão da troika (União Europeia e Fundo Monetário Internacional) chega a Portugal no dia 28 de agosto e entre os seus objetivos está o de encontrar formas de “facilitar” a execução do programa de ajustamento em curso, adiantou o ministro das Finanças de Portugal.
Vítor Gaspar falava no final da reunião o Eurogrupo que terminou na madrugada de hoje.
“Tudo aquilo que beneficie os que mais sofrem com estas medidas é bem-vindo, pela sociedade em geral e também pela Igreja”, disse o padre Manuel Morujão, quando convidado a comentar esta posição.
Segundo o secretário da CEP, os bispos acompanham a situação “com cuidado”, pedindo atenção aos “mais desfavorecidos, aos que são mais frágeis na sociedade”.
“A Igreja não pode estar senão do lado dos mais fracos”, acrescentou.
Para este responsável, a troika deve permitir que os portugueses comecem a ver “uma luz ao fundo do túnel”.
O padre Manuel Morujão admitiu que o apoio das instituições “que estão a ajudar os que mais sofrem, no terreno”, tem diminuído nalguns casos e disse esperar um auxílio do Governo para superar situações que chegam a ser “verdadeiramente graves”.
O Conselho Permanente é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo ordinariamente todos os meses.
Durante a reunião desta manhã, a CEP aprovou um novo mandato do Conselho de Gerência da Renascença, grupo de comunicação presidido pelo cónego João Aguiar.
OC