Igreja preocupada com eleições no Congo

A Conferência Episcopal da República Democrática do Congo (CENCO) denunciou “irregularidades” na preparação das eleições no país, que terão lugar a 30 de Julho, ameaçando não reconhecer a sua validade. Numa mensagem divulgada esta semana, os Bispos destacam que hoje não existem ainda as condições para realizar eleições realmente “transparentes, livres e democráticas”, condenando, pelo contrário, alguns sinais que fazem aumentar o temor de “manipulações e fraudes”. O documento é datado de 20 de julho de 2006 e é intitulado “O fim da transição na concórdia nacional”, pedindo que “os protagonistas políticos e a comunidade internacional façam das próximas eleições uma hipótese real para a República Democrática do Congo”. Depois de uma situação política caracterizada por duas guerras e por diversos conflitos armados, que causaram inúmeros mortos e um empobrecimento crescente, “o povo congolês aspira ardentemente à realização das eleições, via ordinária para a legitimidade do poder e para a instauração de um Estado de direito, promotor de paz, de justiça, de desenvolvimento integral e duradouro”, pode ler-se na Declaração dos Bispos. O texto prossegue destacando que o que está em jogo nas próximas eleições “é uma questão de vida ou de morte para a Nação” e, por isso, os congoleses desejam que o pleito seja “realmente livre, democrático e transparente, organizado num clima geral de alegria e de serenidade, de verdade e de plena responsabilidade, na unidade e na concórdia nacional”. O chefe da missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) para a República Democrática do Congo Phillipe Morillon, avisou, por seu lado, que denunciará as fraudes maciças que existirem nas eleições, no próximo dia 30. “O que podemos dizer é que se houver uma fraude maciça será denunciada. Este é o compromisso que assumo”, afirmou Morillon, numa conferência de imprensa em Kinshasa, capital da RDC. O deputado francês vai chefiar a missão de 300 observadores eleitorais da UE, na qual também participa a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, que vai estar em várias locais do país a supervisionar o escrutínio.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top