Igreja: Prática cristã tem de deixar «ritualismos» e unir «corpo e espírito»

Superior provincial dos jesuítas participa na 5ª Jornada de Teologia Prática da UCP

Lisboa, 14 nov 2014 (Ecclesia) – O Superior provincial dos Jesuítas, o padre José Frazão Correia, apontou hoje a necessidade “cultural” de resgatar o “mundo visível e invisível” na prática cristã.

“Caímos facilmente na tentação de achar que quanto mais nos afastamos do mundo mais espirituais somos. Mas desde o início do cristianismo afirmamos que Jesus Cristo é verdadeiramente homem. O corpo tem formas sensíveis e é um lugar da graça”, afirmou o sacerdote na V Jornada de Teologia Prática, uma organização da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, com o tema «As intrigantes linguagens da fé».

O sacerdote apontou o risco de, na prática sacramental, se cair num ritualismo “que esvazia os gestos”, naquilo que chamou de “liturgia híper-formalista, com regra e esquadro, impecável”, mas onde “falta alguma coisa”: “Dispensamos o corpo na liturgia, fica-nos a palavra, mas estamos fartos da palavra”.

“Acredito que se os gestos fossem bem feitos não haveria necessidade de os explicar. Uma criança não precisa de explicação quando o pai lhe dá um beijo”, disse o jesuíta.

“A Eucaristia é próxima da vida para nos recordar que tem algo a ver com as refeições de casa, mas ao mesmo tempo não é apenas uma repetição das refeições em casa. Há gestos próximos e diferentes. Suficientemente próxima, suficientemente diferente”.

«A pele do crer: para uma fé sensível» foi a conferência que juntou o superior provincial dos jesuítas à professora de Teologia, Irmã Luísa Almendra, que aludiu ao texto do Cântico dos Cânticos como um exemplo de que “como o divino se manifesta no amor humano”.

Lançadas em 2009, as Jornadas de Teologia Prática são um projeto da Faculdade de Teologia e do Instituto de Ciências Religiosas da UCP, em parceria com o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

A edição deste ano conta com oradores das mais variadas áreas, como a escritora Alice Vieira, o jornalista Francisco Sarsfield Cabral e a atriz Maria do Céu Guerra.

LS/JCP/OC

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