Igreja/Portugal: D. Tolentino Mendonça recorda o «testemunho muito importante de bispo e de cristão que D. Anacleto de Oliveira deixa»

Cardeal trabalhou com o falecido bispo no projeto da comissão de revisão dos textos bíblicos e litúrgicos

Foto Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 19 set 2020 (Ecclesia) – O cardeal Tolentino Mendonça recorda o “testemunho muito importante de bispo e de cristão que D. Anacleto de Oliveira deixa” e considera o seu mote episcopal com grande “escravo de todos”.

“Esta palavra que chega aos corações e os ilumina, antes de tudo, deve ferir de amor aquele que a anuncia. É essa imagem que recordo de D. Anacleto. Sem dúvida, é um testemunho muito importante de bispo e de cristão que D. Anacleto de Oliveira deixa”, refere o cardeal em declarações à Renascença.

O Cardeal Tolentino Mendonça cita ainda o mote episcopal do falecido bispo “Escravo de todos” com “grande força espiritual” e considera que viveu dessa forma.

“O primeiro aspeto é aquele que é dado pelo seu mote episcopal: uma palavra surpreendente, ou não, do Evangelho de Marcos, com uma grande força espiritual e que é a frase ‘Escravo de todos’. Foi assim que ele pensou o seu ministério e o viveu de uma forma discreta, serena, dialogante, mas muito incisiva em todos aqueles com quem se cruzou”, apontou.

Outro aspeto da vida de D. Anacleto Oliveira citado pelo cardeal Tolentino é o “grande Ministério da Palavra”.

“O grande Ministério da Palavra e do amor pela Palavra de Deus que o D. Anacleto de Oliveira viveu. Sendo um reconhecido exegeta, com uma altíssima especialização científica no estudo, no escrutínio das sagradas escrituras”, lembra.

D. José Tolentino Mendonça evoca ainda o tempo em que, com D. Anacleto Oliveira, trabalhou no projeto da nova tradução da Bíblia, que o bispo de Viana do Castelo coordenou.

“Por um tempo, antes da minha vinda para Roma, trabalhámos longamente nesse projeto da comissão de revisão dos textos bíblicos e litúrgicos e posso testemunhar o empenho pessoal, incansável, laborioso que o D. Anacleto colocou neste projeto, em nome de toda a Conferência Episcopal, mas que, sem dúvida, ele assumiu com um entusiasmo e uma paixão que são muito reveladoras da centralidade da Palavra na sua vida”, destaca.

D. Anacleto Oliveira faleceu no dia 18 de setembro de 2020, aos 74 anos de idade, na sequência de um despiste de automóvel, na Autoestrada 2 (A2) perto de Almodôvar, que ocorreu ao fim da manhã; o bispo era o único ocupante da viatura.

D. Anacleto Oliveira nasceu a 17 de julho de 1946, na freguesia de Cortes, em Leiria, e foi ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1970; após a ordenação, estudou Sagrada Escritura em Roma e na Alemanha, onde foi capelão de uma comunidade portuguesa durante 10 anos.

Nomeado bispo para auxiliar de Lisboa em 2005, pelo Papa João Paulo II, a ordenação episcopal de D. Anacleto Oliveira decorreu no Santuário de Fátima no dia 24 de abril desse ano, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva, então bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

No dia 11 de junho de 2010 D. Anacleto Oliveira foi nomeado por Bento XVI como bispo de Viana do Castelo, o quarto bispo da diocese do Alto Minho, criada pelo Papa Paulo VI em 1977.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, o bispo de Viana do Castelo presidia atualmente à Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade e à Comissão de Tradução da Bíblia.

Em agosto, D. Anacleto Oliveira tinha assinalado 10 anos de bispo de Viana do Castelo e 50 de ordenação sacerdotal.

SN

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