Igreja/Portugal: Presidente da República promete país de «braços abertos» para receber Papa e participantes na JMJ Lisboa 2023 (c/áudio)

Encontro mundial, que vai decorrer em agosto, marcou intervenções na apresentação de cumprimentos do corpo diplomático

Lisboa, 12 jan 2023 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa disse hoje em Lisboa que o país vai receber de “braços abertos” os participantes na JMJ Lisboa 2023, presidida pelo Papa, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto.

“Em ano de Jornada Mundial da Juventude, Portugal receberá de braços abertos o Santo Padre, mas também povos e culturas vindos do mundo inteiro, mobilizando milhares de jovens num diálogo que fortalece o seu futuro conjunto”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, que decorreu no Palácio Nacional da Ajuda.

O chefe de Estado considerou que a JMJ vai projetar “com genuíno com entusiasmo essa identidade reconhecida universalmente”, que faz do país “plataforma permanente entre religiões, culturas e gerações”.

Na saudação inaugural, o núncio apostólico em Portugal, D. Ivo Scapolo, decano do corpo diplomático, também se referiu à JMJ, sublinha que o encontro vai trazer a Lisboa “centenas de milhares de jovens” e permitir-lhes a experiência de “diálogo, solidariedade” e de reflexão sobre “direitos, deveres e valores fundamentais que estão na base de um futuro melhor”.

“Trata-se de uma ocorrência marcante, a necessitar da colaboração entre o Estado português e os vários serviços diplomáticos e consulares, para assegurar a sua serena e ordenada realização”, afirmou ainda.

O representante diplomático da Santa Sé destacou a colaboração entre as autoridades portuguesas e as várias embaixadas, “na procura do bem e da prosperidade da comunidade internacional.

Foto: Presidência da República

Para o decano do Corpo Diplomático em Portugal, este encontro anual é uma oportunidade para “renovar o compromisso de pôr a diplomacia ao serviço da paz, do desenvolvimento sustentável e integral de todos os povos”.

“Somos hoje desafiados por graves problemas que estão na origem do subdesenvolvimento, como também de muito sofrimento e morte”, assinalou.

A intervenção evocou as “múltiplas e terríveis guerras”, a fome, as violações dos direitos fundamentais e as alterações climáticas.

D. Ivo Scapolo pediu iniciativas que assegurem uma “educação adequada” às novas gerações e trabalho digno “para quantos procuram uma vida melhor”.

“O corpo diplomático quer hoje atestar o valor da paz e da fraternidade humana”, prosseguiu.

O embaixador da Santa Sé citou o falecido Papa Bento XVI, num discurso de 2011, sobre o papel dos diplomatas, apresentando como suas “virtudes” fundamentais a “lealdade, coerência e humanidade profunda”.

O arcebispo italiano recordou ainda as palavras do Papa Francisco, no seu recente discurso ao corpo diplomático, a 9 de janeiro, em que assinalou a importância da diplomacia para “favorecer um clima de mútua colaboração”.

Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu o discurso do núncio apostólico, evocando a “longuíssima fraternidade histórica” entre Portugal e Santa Sé, que visitou no início dos seus dois mandatos presidenciais.

O presidente da República recordou as intervenções do Papas Francisco, lembrando o “legado do Papa emérito Bento XVI”, bem como as vítimas da guerra na Ucrânia e outras partes do mundo que, no Natal, viveram “estes dias de festa na escuridão e ao frio, na miséria e no medo, submersos na violência e na indiferença”.

Foto: Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que se vive um “tempo geopolítico tenso”, com alusão à “martirizada Ucrânia”, pedindo um compromisso conjunto no combate ao “extremismo político e religioso”, violações dos direitos humanos e crise climática.

O discurso alertou para os perigos de “reverter o sucesso do multilateralismo”, prometendo um “Portugal ainda mais ativo” na defesa da Carta das Nações Unidas e “ainda mais solidário”, no campo das migrações.

OC

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