Nota editorial destaca relação da Cova da Iria com a Rússia e com os Papas
Cidade do Vaticano, 06 jul 2023 (Ecclesia) – O Vaticano referiu hoje, numa nota editorial, que Francisco vai estar em Fátima, a 5 de agosto, com a intenção particular de rezar pela paz na Ucrânia e no mundo.
“A etapa no Santuário foi acrescentar à viagem, por ocasião da JMJ, porque Francisco quer rezar de modo especial a Maria pelo fim da guerra no coração da Europa cristã e de todas as guerras. As Aparições portuguesas de 1917 estão particularmente ligadas à Rússia e aos pontífices do último século”, refere o texto, publicado online e assinado por Andrea Tornielli, diretor editorial dos media do Vaticano.
A nota destaca que a passagem por Fátima “foi acrescentada posteriormente, uma vez que a peregrinação papal, inicialmente, previa apenas uma estadia em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude”.
“O facto de ter decidido colocar-se novamente aos pés de Nossa Senhora de Fátima é significativo e, nas intenções do pontífice, está ligado ao drama da guerra que vive a ‘martirizada Ucrânia’, bombardeada pelo exército russo, mas também às muitas guerras esquecidas que estão em curso no mundo”, acrescenta Tornielli.
Em maio de 2017, Francisco tornou-se o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (13 de maio de 1967), João Paulo II (12-15 de maio de 1982; 10-13 de maio de 1991; 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010); São João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.
Já a 25 de março de 2022, Francisco consagrou a Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em ligação a Fátima, durante uma celebração penitencial a que presidiu no Vaticano.
O mesmo ato foi realizado na Cova da Iria, pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, com a recitação do Rosário na Capelinha das Aparições, incluindo mistérios em russo e ucraniano.
O testemunho dos videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados”.
“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, registava Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.
A 25 de março de 1984, o Papa São João Paulo II presidiu à consagração do mundo ao coração de Maria, no Vaticano, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, a mesma que, em 2000, colocou entre os bispos de todo o mundo, consagrando-lhe o terceiro milénio.
Em carta dirigida a Pio XII, a 2 de dezembro de 1940, a irmã Lúcia, a mais velha das videntes de Fátima, pedia que fosse atendido o pedido de Nossa Senhora, reafirmado em aparições posteriores na Galiza, para que fosse proclamada a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a consagração do mundo, e em especial da Rússia.
Em resposta aos pedidos, este Papa consagrou o mundo e a Igreja ao Imaculado Coração de Maria, a 31 de outubro de 1942, e renovou a consagração da Rússia, a 7 de julho de 1952. A 21 de novembro de 1964, São Paulo VI renovou a consagração da Rússia ao Imaculado Coração, na presença dos participantes no Concílio Vaticano II. A 13 de outubro de 2013, o atual Papa consagrou o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima, no Vaticano, diante da imagem da Capelinha das Aparições, transportada excecionalmente para a Praça de São Pedro. Francisco visitou Fátima a 12 e 13 de maio de 2017, no centenário das Aparições, tendo canonizado os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. |
OC
Fátima: Reitor convida peregrinos a rezar com o Papa, a 5 de agosto