Igreja/Portugal: Experiências na Amazónia, Bagdad e Nova Iorque para combater a indiferença

3.º Encontro Nacional de Leigos reuniu centenas de pessoas em Évora

Évora, 07 mai 2016 (Ecclesia) – A Conferência Nacional do Apostolado dos Leigos promoveu hoje em Évora o seu 3.º Encontro onde foram apresentadas experiências de transformação das sociedades na Amazónia, Bagdad e Nova Iorque, como exemplo de combate à indiferença.

A iraquiana Pascale Warda, católica ativista pelos direitos humanos, defendeu que a ONU deve reconhecer como "genocídio" a perseguição contra minorias religiosas que o autoproclamado 'Estado Islâmico' (EI), Daesh, tem levado a cabo.

O cineasta e fotógrafo norte-americano Joseph Campo apresentou a sua experiência junto dos mais pobres em Nova Iorque (EUA), referindo que aí a pobreza em "não significa necessariamente ter fome", antes falta de "contacto humano".

Luis Ventura Fernández, voluntário na Amazónia durante nove anos, alertou para a necessidade de uma "profunda conversão ecológica", que não olhe a terra como um "armazém" e testemunhou a "harmonia" dos povos indígenas na relação com os outros, com a natureza e com Deus.

Para a presidente da Conferência Nacional do Apostolado dos Leigos (CNAL), as três experiências são "relatos de profunda humanidade, de quem vive a vida até ao fim, em contextos culturais e sociais distintos, e de uma grande proximidade com Deus".

Alexandra Viana Lopes disse à Agência ECCLESIA que "não é possível ficar indiferente" perante as situações apresentadas e que "vale a pena arriscar a vida".

"Há uma felicidade que se encontra aí, mais do que noutras pequenas felicidades imediatas e não profundas", referiu a presidente da CNAL, acrescentando que o 3.º Encontro Nacional de Leigos é um "ponto de partida" para o quotidiano, a partir de uma jornada que permitiu "contemplar o essencial".

"Só a vida e os desafios da vida nos vão interpelar", defendeu Alexandra Viana Lopes

O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, que coordena o setor do apostolado dos leigos na Conferência Episcopal Portuguesa, considerou este 3.º Encontro promovido pela CNAL uma "esperança muito grande".

D. Antonino Dias recordou o desafio de mudança pastoral, proposto pelo Papa Francisco, acrescentando que "se não forem os leigos a assumir a sua quota-parte, será difícil".

"É importante que os leigos testemunhem aos outros leigos tudo o que se ouviu aqui e outras experiências que por vezes se escondem", acrescentou o também bispo de Portalegre-Castelo Branco.

Para o arcebispo de Évora a realização do 3.º Encontro Nacional de Leigos na cidade alentejana "excedeu as expectativas" e é um sinal da "mobilização do laicado", a nível nacional.

"Faz-nos muito bem contactar com pessoas que vêm da América, do Iraque, da Amazónia e nos trazem a vivência dos seus problemas. Confrontar-nos com a realidade vivida por essas pessoas é diferente de ler um artigo de revista. Isso mobiliza", defendeu D. José Alves

OC/PR

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