Carta Apostólica do Papa refere «dotes e virtudes convenientes» do novo responsável diocesano, que adiantou marcas de um «verdadeiro programa pastoral» na homilia da Missa
Funchal, 17 fev 2019 (Ecclesia) – D. Nuno Brás tomou hoje posse como 33º bispo da Diocese do Funchal, na Sé, ao receber o báculo de D. António Carrilho, e apresentou como “verdadeiro programa pastoral” a “pobreza” e “o testemunho de Cristo ressuscitado”.
No início da Missa, o anterior bispo e até agora administrador apostólico da Diocese do Funchal, D. António Carrilho, entregou simbolicamente báculo a D. Nuno Brás, que ocupou também a cátedra diocesana.
“Foi com grande emoção que entreguei o báculo da missão”, disse D. António Carrilho, acrescentando que nesse gesto coloca nas mãos do novo bispo a continuidade da “missão apostólica nesta diocese do Funchal”, onde esteve nos últimos 12 anos, com “empenho e alegria” e em “grande proximidade” com o povo, afirmou.
A tomada de posse é antecedida pela leitura da Carta Apostólica do Papa com a nomeação do novo bispo, feita na Sé do Funchal pelo núncio apostólico em Portugal, onde se afirma que D. Nuno Brás tem os «dotes e virtudes convenientes» para o cargo que o Papa lhe confia.
Na homilia da Missa, o novo bispo do Funchal afirmou que o “modo de viver contemporâneo é marcado pela riqueza”, onde são necessários “cristãos que vivam e amem a pobreza”.
“Mais do que ter dinheiro, queremos ser autossuficientes, não depender de ninguém e ser os primeiros, o centro do mundo, procurando que tudo gire à nossa volta: à volta dos nossos interesses, dos nossos gostos, do nosso prazer”, disse D. Nuno Brás na primeira homilia como bispo do Funchal.
Na celebração da tomada de posse, o bispo diocesano denunciou quem pensa que “poder decidir acerca de tudo e de todos”, sobre a “vida, do seu início e do seu fim” ou “acerca da moral e dos seus valores”.
D. Nuno Brás disse que os cristãos não se podem “colocar no centro” nem colocar na riqueza o “sentido último da existência”.
“O cristianismo é Cristo ressuscitado”, disse o novo bispo do Funchal, lembrando a herança de 600 anos da fé e da “novidade do Evangelho” que chegou ao Arquipélago da Madeira com “os primeiros” que a habitaram, onde é necessário “regressar sempre”.
D. Nuno Brás pediu uma “Igreja diocesana que não se limite a aparecer mas que ouse ser, cada vez mais e sempre, testemunha, presença de Cristo no mundo”.
A Missa da tomada de posse de D. Nuno Brás como bispo do Funchal foi concelebrada por 17 bispos da Conferência Episcopal Portuguesa e por D. Alfredo Caires, natural da Madeira e bispo em Mananjary, Madagáscar, e por D. Ildo Fortes, bispo do Mindelo, Cabo Verde.
Sacerdotes da Diocese do Funchal e do Patriarcado de Lisboa participaram numa celebração que contou com a presença de autoridades públicas, nomeadamente o representante da República, o presidente da Assembleia Legislativa Regional e o vice-presidente do Governo Regional da Madeira, a quem assegurou “colaboração sincera no serviço da população madeirense e porto-santense, no respeito pelas funções e autonomia de cada um”.
D. Nuno Brás agradeceu a presença de todos, nomeadamente a presença dos familiares e dirigiu uma palavra “muito especial” ao clero da Diocese do Funchal, às religiosas e religiosos e a todos os cristãos.
“Nem é o Bispo que precisa de vós. É Jesus que quer precisar de todos, porque a todos — tantos que, de facto não O conhecem — a todos Ele quer chegar”, afirmou.
D. Nuno Brás, de 55 anos, foi nomeado pelo Papa Francisco bispo do Funchal, após ter sido bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa desde 2011.
No segundo dia como bispo do Funchal, D. Nuno Brás, vai presidir a uma Missa na Igreja do Monte, às 11h30.
PR