Igreja/Portugal: D. António Marto recorda o «grande contributo» de D. Anacleto Oliveira ao Santuário de Fátima

«Um amigo sereno e bem disposto e exemplo de estudante que levava o estudo muito a sério», bispo de Leiria-Fátima

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Leiria-Fátima, 19 set 2020 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, lembrou hoje D. Anacleto Oliveira como o “amigo sereno e bem disposto” e o grande contributo que foi dando à sua diocese natal e, em especial, ao Santuário de Fátima. 

“No primeiro momento a reação do coração é não querer acreditar mas, aceitando com tristeza o facto, não podemos deixar de fazer uma recordação de uma memória agradecida do D. Anacleto de um amigo que conheci em tempos de Roma, fomos colegas de estudo e onde se estabeleceu relação de amizade, um amigo sereno e bem disposto e exemplo de estudante que levava o estudo muito a sério”, recorda D. António Marto em declarações à Agência ECCLESIA. 

O cardeal assume o “choque emocional muito forte” ao receber a notícia do falecimento do amigo, “nas condições trágicas em que aconteceu”, e lembra o seu contributo para a diocese.

“Membro da Igreja diocesana de Leiria-Fátima onde participou e foi membro ativo nas várias comissões, seja na preparação de documentos do sínodo, implementação de regulamentação dos bens da diocese de Leiria-Fátima, contributos que ficam e perduram no tempo”, assume.

D. António Marto recorda ainda o bispo falecido pela sua “paixão pela Bíblia” e a sua forma próxima no trabalho pastoral.

“Quando foi nomeado bispo foi uma alegria e percebi que era uma mais valia para o episcopado e hoje reconhecem o seu contributo precioso nas várias intervenções e nos vários âmbitos em que tinha mais responsabilidade; as suas intervenções oportunas e profundas,  fundamentadas e com pendor pastoral muito prático procurando a relação entre fé e cultura”, destaca. 

O entrevistado referiu ainda a “figura de pai e pastor” que D. Anacleto encarnou na “proximidade, encontro e relação afetuosa” que “suscitava simpatia espontânea” bem como a “descoberta” e paixão pela diocese de Viana do Castelo e da “figura de atualidade de São Bartolomeu dos Mártires”.

A ligação do falecido bispo com Fátima vem desde a infância e da relação com a mãe, como evocou na celebração dos 50 anos de sacerdócio, em agosto passado.  

“Ainda na celebração dos 50 anos de sacerdócio na sua terra natal, em Cortes perto de Leiria, D. Anacleto evocou a relação com mãe e a ligação com Fátima desde criança, mas depois foi também um membro muito ativo na participação no santuário de Fátima, destaco a peregrinação nacional das crianças a Fátima, que esteve na sua origem e que lhe deu um relevo muito importante”, salienta D. António Marto.

D. Anacleto Oliveira nasceu a 17 de julho de 1946, na freguesia de Cortes, em Leiria, e foi ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1970; após a ordenação, estudou Sagrada Escritura em Roma e na Alemanha, onde foi capelão de uma comunidade portuguesa durante 10 anos.

Nomeado bispo para auxiliar de Lisboa em 2005, pelo Papa João Paulo II, a ordenação episcopal de D. Anacleto Oliveira decorreu no Santuário de Fátima no dia 24 de abril desse ano, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva, então bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

No dia 11 de junho de 2010 D. Anacleto Oliveira foi nomeado por Bento XVI como bispo de Viana do Castelo, o quarto bispo da diocese do Alto Minho, criada pelo Papa Paulo VI em 1977.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, o bispo de Viana do Castelo presidia atualmente à Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade e à Comissão de Tradução da Bíblia.

Em agosto, D. Anacleto Oliveira tinha assinalado 10 anos de bispo de Viana do Castelo e 50 de ordenação sacerdotal.

PR/SN

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