Igreja/Portugal: D. Anacleto Oliveira recordado na Igreja Católica e na sociedade pela proximidade e pela aposta no estudo da Bíblia

Percurso do bispo de Viana do Castelo evocado pelo episcopado português e personalidades de vários setores

Agência Ecclesia/PR

Bragança-Miranda, 19 set 2020 (Ecclesia) – D. Anacleto Oliveira faleceu esta sexta-feira aos 74 anos de idade na sequência de um acidente de automóvel na Autoestrada 2 (A2) perto de Almodôvar.

A morte inesperada do bispo de Viana do Castelo provocou na Igreja Católica e na sociedade portuguesa sentimentos de consternação entre os que recordam um padre, professor e bispo que marcou o seu ministério pela proximidade e apostou no estudo da Bíblia ao longo de todo o seu percurso de vida.

D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda

O bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, presidiu hoje à Eucaristia no santuário de Nossa Senhora das Graças, em Bragança, e evocou o “dom da vida e do ministério do irmão e amigo D. Anacleto Oliveira”.

“Na tristeza da inesperada separação, dou graças a Deus pelo dom da vida e do ministério do irmão e amigo D. Anacleto”, conforme comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

D. José Cordeiro recordou ainda o “último encontro” com o falecido bispo, em Fátima, para a “reunião da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade com o Secretariado Nacional de Liturgia, à qual D. Anacleto presidiu, inaugurando o triénio pastoral para o qual tinha sido eleito pela CEP em junho”.

“Com profunda gratidão reconhecemos o precioso trabalho ao serviço da Palavra de Deus e da Liturgia da Igreja. O nosso S. Bartolomeu dos Mártires o acolha para celebrar a Liturgia da Páscoa eterna”, afirmou o prelado. 

D. Nuno Brás, Bispo do Funchal

O Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, enviou uma mensagem de condolências onde recorda D. Anacleto Oliveira como “bom e fiel servo”. 

“D. Anacleto foi um bom e fiel servo, um trabalhador incansável na vinha do Senhor”, escreveu o bispo diocesano na página da internet da diocese.

D. Nuno Brás “associa-se à dor dos cristãos de Viana do Castelo” e deseja que “este acontecimento triste seja para todos oportunidade de reavivar a esperança na Vida Eterna”.

D. António Augusto, Bispo de Vila Real

O bispo de Vila Real, D. António Augusto, recorda D. Anacleto Oliveira como “um bom amigo e irmão no episcopado”.

“Era uma pessoa em quem eu reconhecia uma grande sabedoria, era um sábio, e também um grande amor, um grande serviço à Igreja”, afirmou à Renascença.

D. António Augusto refere que, dos anos que conviveu e trabalhou com D. Anacleto, “fica esta memória grata de alguém que era um incansável trabalhador na Igreja, na sua diocese”, mas, “também em tantas tarefas e responsabilidades a nível da conferência episcopal”.

Cáritas Portuguesa

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, lamenta o “falecimento trágico” de D. Anacleto Oliveira, “um homem que se dedicou com ternura e inteligência ao povo que serviu”.

“Deixa as marcas de um homem que se dedicou com ternura e inteligência ao povo que serviu na Igreja Diocesana de Viana do Castelo, mas também no Patriarcado de Lisboa, onde foi bispo auxiliar e na Diocese de Leiria-Fátima em que desempenhou a missão de presbítero”, pode ler-se na nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Eugénio Fonseca fala da “grande tristeza e dor” com que a Cáritas Portuguesa recebeu a notícia do “falecimento inesperado e trágico de D. Anacleto Oliveira “ e expressa o “louvor pelo dom da sua vida”.

“Expressamos o nosso louvor pelo dom da sua vida, marcada pela afabilidade e pela dedicação ao estudo, proclamação e esforço por testemunhar a Palavra de Deus”, refere.

 

D. Anacleto Oliveira nasceu a 17 de julho de 1946, na freguesia de Cortes, em Leiria, e foi ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1970; após a ordenação, estudou Sagrada Escritura em Roma e na Alemanha, onde foi capelão de uma comunidade portuguesa durante 10 anos.

Nomeado bispo para auxiliar de Lisboa em 2005, pelo Papa João Paulo II, a ordenação episcopal de D. Anacleto Oliveira decorreu no Santuário de Fátima no dia 24 de abril desse ano, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva, então bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

No dia 11 de junho de 2010 D. Anacleto Oliveira foi nomeado por Bento XVI como bispo de Viana do Castelo, o quarto bispo da diocese do Alto Minho, criada pelo Papa Paulo VI em 1977.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, o bispo de Viana do Castelo presidia atualmente à Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade e à Comissão de Tradução da Bíblia.

Em agosto, D. Anacleto Oliveira tinha assinalado 10 anos de bispo de Viana do Castelo e 50 de ordenação sacerdotal.

SN

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