Francisco apela ao diálogo perante crises institucionais nos dois países
Carpi, Itália, 02 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje ao diálogo na Venezuela e no Paraguai, após manifestações de violência nos dois países em contestação de medida que os setores da oposição consideram inconstitucionais.
“Sigo com muita preocupação o que está a acontecer na Venezuela e no Paraguai. Rezo por que estas populações, que me são muito queridas, e convido todos a perseverar sem parar, evitando qualquer violência, na busca de soluções políticas”, disse, antes da recitação da oração do ângelus, na Diocese italiana de Carpi, onde se encontra em viagem.
A violência chegou à capital do Paraguai depois da aprovação de uma emenda constitucional para consentir que o presidente da República possa concorrer a um novo mandato, situação proibida desde 1992, com o intuito de proteger o país de ditaduras.
A Conferência Episcopal Paraguaia considerou que esta decisão suscita “sérias dúvidas sobre a legalidade e legitimidade” da mesma e manifesta “absoluta falta de consideração e de respeito pela instituição democrática”, depois de décadas de ditadura”.
Já na Venezuela, o Supremo Tribunal assumiu na quinta-feira os poderes do parlamento do país, que atualmente é controlado pelos opositores do Governo do presidente Nicolás Maduro, vindo a recuar na decisão após declarações de condenação de várias instituições internacionais.
Os juízes determinaram ainda a retirada, na quase totalidade das situações, da imunidade parlamentar aos deputados.
Manifestantes dos partidos da oposição manifestaram-se em Caracas, envolvendo-se em confrontos com as forças de segurança, que impediram a passagem dos manifestantes e usaram gás lacrimogénio.
A Igreja Católica na Venezuela considera que a Venezuela está a um passo da “ditadura”.
O cardeal Baltazar Porras, arcebispo de Mérida, considera que o atual Governo é “um sistema totalitário” que “ quer reconhecer a soberania do povo, que elegeu uma Assembleia Nacional”.
A Igreja Católica na Venezuela propõe a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte e a realização das eleições regionais em 2017.
OC