Igreja/Política: Europeias são «momento chave» e comissão dos episcopados católicos incentiva «cidadãos a prepararem-se intelectualmente e moralmente»

Alessandro Di Maio, assessor da COMECE, considera que guerra na Ucrânia «criou um novo momento» de alargamento da União Europeia

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 28 mai 2024 (Ecclesia) – A Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) entende que as Eleições Europeias 2024 são “um momento chave” e incentiva à participação dos cidadãos, com atenção às propostas dos vários partidos.

“Fizemos uma declaração muito forte há dois meses, onde dissemos que sabemos que a União Europeia não é um ator perfeito, que algumas das ações não refletem, de vez em quando – ‘propostas políticas e jurídicas’ – os valores cristãos, mas estamos convencidos que podemos dar uma contribuição positiva”, explicou Alessandro Di Maio, em declarações à Agência ECCLESIA.

O assessor de imprensa da COMECE destacou que comissão dos bispos católicos da UE enviou “uma mensagem forte” para todos os cidadãos, “convidando-os a prepararem-se intelectualmente, moralmente, para as eleições” para dar esse tipo de contribuição que “é para um serviço à comunidade”.

“Esta mensagem é fundamental”, acrescentou, sobre a declaração, intitulada ‘Por um voto responsável que promova os valores cristãos e o projeto europeu’, que foi assinada por todos os bispos delegados pelos episcopados da União Europeia na assembleia da COMECE.

As eleições para o Parlamento Europeu vão decorrer nos vários Estados-membros, de 6 a 9 de junho de 2024; em Portugal, a campanha política oficial começou esta segunda-feira e os cidadãos são chamados às urnas no dia 9 do próximo mês.

As inscrições para o voto antecipado em mobilidade estão a decorrer até 30 de maio; os eleitores podem votar na mesa que escolheram, no dia 2 de junho.

Alessandro Di Maio destaca que, nalguns países da União Europeia, jovens de 16 e 17 anos de idade “vão votar pela primeira vez” e recorda que através da plataforma juvenil da comissão, a COMECE Youth Net, foi lançado um guia prático católico com “informações” para estas eleições.

A COMECE, instituição da Igreja Católica com sede em Bruxelas, é a comissão que representa as Conferências Episcopais dos Países Membro da União Europeia, e, segundo o assessor de imprensa, têm a missão de “ter um diálogo político com as instituições”, transmitir uma mensagem católica, cristã, “para que esta mensagem entre nas políticas da União Europeia”.

Alessandro Di Maio realça que o Parlamento Europeu vai renovar-se, “quem sabe os partidos políticos terão um peso diferente do que existe agora e, obviamente isso, reflete-se na composição e na cor da Comissão Europeia.

“É um momento chave, porque teremos também que tentar estabelecer novos contactos com as pessoas que serão eleitas”, acrescentou, observando sobre partidos políticos extremistas e populistas na Europa que “as estatísticas falam por si” e “alguns partidos radicais de um lado e do outro estão a crescer”.

Alessandro Di Maio assinalou, por outro lado, que a guerra na Ucrânia – cujo presidente, Volodymyr Zelensky, visita hoje Portugal -, “causada pela invasão da Rússia”, criou “um novo momento para um alargamento da União Europeia”.

“Há também outros países, como os países dos Balcãs, que obviamente se sentem europeus, são europeus, e estão a trabalhar há várias décadas, à espera do dia em que irão aderir à União Europeia. Por isso, a Comissão é a favor da adesão desses países. Obviamente, que cada um terá o seu tempo, o tempo necessário”, desenvolveu.

Neste sentido, o assessor de imprensa da COMECE sublinha que os bispos “estão a discutir há muito tempo” o alargamento, também publicaram vários documentos e várias mensagens, afirmando que pensam que “o Projeto Europeu é, antes de mais, um projeto de paz, e é por isso que a Igreja e o próprio Papa apoiam fortemente”.

PR/CB/OC

Europeias: Jovens têm palavra a oferecer, diz representante da CEP em plataforma de episcopados católicos (c/vídeo)

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