Faleceram “na rua, nos hospitais, nos quartos alugados, sem família, sem amigos, sem ninguém”, disse Mário Nascimento Pinto Coelho.
Lisboa, 18 Out 2021 (Ecclesia) – O provedor da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa referiu à Agência ECCLESIA até este domingo e durante o ano morreram na capital Portuguesa “214 pessoas”, cujo corpo “não foi reclamado ao Instituto de Medicina Legal”.
“Morreram na rua, nos hospitais, no Rio Tejo, nos quartos alugados ou pensões, sem família, sem amigos, sem ninguém”, disse Mário Nascimento Pinto Coelho.
Anualmente, no dia 17 de Outubro, Dia Internacional da Erradicação da Pobreza e dos Sem-Abrigo, esta irmandade celebra uma missa em que evoca todos aqueles que acompanhou no seu funeral.
Esta ação foi iniciada em maio de 2004 e deste então, os irmãos desta irmandade já acompanharam “2231 funerais” ou forma desta instituição cumprir duas obras de misericórdia “rezar pelos vivos e pelos mortos” e “enterrar os mortos”, sublinhou Mário Pinto Coelho.
“Acompanhamo-los, rezamos por eles, depositamos um ramo de flores e damos a esse funeral a dignidade que eles não tiveram em vida”, disse.
Depois de 30 dias no Instituto de Medicina Legal por “causa do processo administrativo” e depois resolvido esse problema, o instituto entra em contato com a agência funerária contratada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa contrata.
“A agência funerária envia um email, nas vésperas dos funerais, a dizer o horário e o local do enterro”.
A cidade “é grande e tem obrigação de conhecer a dimensão destes números” porque “às vezes, nem conhecemos os vizinhos do prédio onde habitamos”, lamenta o provedor da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa.
Os números falam por si, por isso é fundamental que pessoas se “consciencializem para as causas” desta problemática e para esta “situação de abandono em que vivem muitos dos habitantes da cidade de Lisboa, idosos e não só”.
A celebração, este domingo, foi presidida por D. Américo Aguiar, Bispo Auxiliar de Lisboa, na Igreja de São Roque.
LFS