Igreja nos Açores ao lado dos imigrantes

A Diocese de Angra celebrou este Domingo a sexta edição da “Festa dos Povos”, que no Dia de Pentecostes assinala a presença dos imigrantes nas ilhas açorianas. As estatísticas apontam para cerca de 5.200 imigrantes nos Açores, o que corresponde a 4,6% da população activa. A iniciativa, presidida em Angra por D. António Sousa Braga e organizada pelo Serviço Diocesano de apoio à pastoral da mobilidade humana, congregou imigrantes das mais diversas proveniências, como disse à Agência ECCLESIA o responsável por este serviço, Pe. Manuel da Costa Nunes. A própria celebração litúrgica foi marcada por essa diversidade de línguas e símbolos. Este responsável explica que o adro da igreja da Misericórdia foi engalanada com as bandeiras de diversos países – no caso da Ucrânia, feita pelos próprios imigrantes – e que, na celebração, foram “coroados” representantes das várias comunidades. Outro gesto de reconhecimento foi o “biscoito de honra”, oferecido a todos os presentes. Na sua Nota Pastoral para esta Festa, o Bispo de Angra fez questão de lembrar os recentes acontecimentos no Canadá, que tiveram como protagonistas emigrantes portugueses, para “reavivar a memória da experiência migratória, que marca a nossa história”. “Primeiro fomos nós, que procurámos longe da pátria melhores condições de vida. Hoje, são outros povos que escolhem a nossa Região, para concretizar o sonho de uma vida melhor”, lembra. A Festa dos Povos é, para D. António Sousa Braga, “um momento oportuno para despertamos para a realidade hodierna, não só do fenómeno da mobilidade humana em geral, mas, sobretudo, para a presença, na nossa sociedade, de numerosos trabalhadores estrangeiros”. Com a celebração do Dia Diocesano do Imigrante, a Igreja nos Açores assume o desafio de “promover e consolidar a vivência quotidiana da abertura e do intercâmbio, da assistência e da integração”, como explica o seu Bispo. O Pe. Manuel da Costa Nunes lembra a longa história dos Açores como “entreposto entre a Europa e o mundo”, frisando que, nas Ilhas, a integração dos imigrantes tem sido marcada pela tolerância e a generosidade dos locais.

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