Igreja/Media: «Não podemos dispensar o jornalista como leitor intermediário da realidade» – Padre Américo Aguiar

Grupo Renascença celebrou festa de São Francisco de Sales

Lisboa, 24 jan 2018 (Ecclesia) – O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia defendeu que a comunicação deve gerar “comunhão na verdade, na paz” e delega no jornalista a missão de “ser guardião da verdade, da notícia”.

O padre Américo Aguiar disse hoje à Agência ECCLESIA que não se pode “cair na tentação de dispensar” o jornalista como “leitor intermediário da realidade” para a sociedade e que este profissional tem de ser alguém em quem se pode “confiar” essa leitura.

A Santa Sé divulgou hoje a mensagem do Papa para o 52.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, intitulada ‘«A verdade vos tornará livres (Jo 8,32)». Fake news e jornalismo de paz’, vai ser celebrado a 13 de maio.

O padre Américo Aguiar explicou que o grupo de rádios português, com 80 anos de existência, tem o “gosto” “contar com profissionais de excelência”, que têm feito um “esforço de serem aquilo que o Papa pede”.

“O jornalista é o guardião das notícias e é guardião da verdade, ou seja, tem que se defender, tem que, às vezes, sofrer muito ou alguma coisa, e ainda hoje, infelizmente, morrem muitos jornalistas em cenários de guerra e violência”, contextualizou.

O Grupo Renascença Multimédia celebrou hoje a festa litúrgica do padroeiro dos jornalistas com uma Eucaristia, nas suas instalações, na Capela São Francisco de Sales.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o assistente espiritual da Renascença, padre Vítor Gonçalves, afirmou que o tema da mensagem de Francisco “é extraordinariamente oportuno” devido à “globalização da informação”.

“Qualquer pessoa pode quase ser jornalista e criar aquilo que esta mensagem vem chamar a atenção: A não verdade, as notícias falsas”, comentou.

Segundo o padre Vítor Gonçalves o verdadeiro “impacto” noticioso deve ter em atenção o “amor à verdade”, a que “é transmitida numa perspetiva de crescimento, denuncia e anúncio”.

O sacerdote do Patriarcado de Lisboa realça também que o documento papal “é feliz” porque “não trata da informação como uma coisa abstrata”, nem dos jornalistas como “meros reprodutores de factos ou de acontecimentos”.

“Ao mesmo tempo, coloca no centro o que é fundamental do Evangelho, a pessoa. A novidade de Jesus de trazer para o centro não simplesmente as ideias ou as doutrinas, mas a pessoa que precisa da verdade”, desenvolveu.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi estabelecido pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963, e assinala-se no domingo antes do Pentecostes.

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais vai promover um debate sobre o tema das “fake news”, entre as 17h30 e as 19h00 desta quinta-feira, no auditório da Rádio Renascença, em Lisboa.

CB/OC

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