Igreja/Jovens: «Temos de ter melhores propostas», diz responsável do COD Aveiro

Pedro Carvalho espera que dinâmica criada pela JMJ 2023 prossiga depois de agosto, dando protagonismo às novas gerações

Foto:RR/Paulo Teixeira

Porto, 16 jul 2023 (Ecclesia) – Pedro Carvalho, responsável do Comité Organizador Diocesano (COD) de Aveiro para a JMJ 2023 diz que a Igreja tem de apresentar “melhores propostas” aos jovens e aproveitar o dinamismo criado pela preparação do encontro mundial.

“Temos de capacitar os catequistas, os animadores, para que eles consigam ter boas iniciativas, boa espiritualidade para viver o seu dia a dia de uma forma diferente. Se nós conseguirmos fazer isso, temos os jovens, mas também temos de ter as pessoas para os acolher”, indica o convidado desta semana da entrevista conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida aos domingos.

O responsável cita o estudo desenvolvido pela UCP, sobre ‘Jovens, Fé e Futuro’, o qual mostrou que cerca de metade dos inquiridos (49%) se afirmam católicos.

“Eu acho que nós temos os jovens. Nós precisamos é de pessoas disponíveis para mediar a energia deles e para mediar os sonhos deles e ajudá-los a concretizá-los”, indica.

Pedro Carvalho sublinha que, nas novas gerações, “muita gente quer respostas” e a Igreja deve procurar ir ao seu encontro.

Também acredito que a forma como o Papa Francisco vai estar em Lisboa vai entusiasmar mais jovens a querer ser diferentes, a serem protagonistas, a serem ousados, em ser poéticos na sua maneira de viver a Igreja. Mas nós também depois não podemos é ficar na Missa das 11h00”.

O entrevistado fala numa “Geração 2023”, que é preciso acompanhar depois da JMJ, esperando um “impacto positivo” na próxima década.

“O mais importante é descobrir como vamos mediar aquela energia toda. Ou seja, não podemos chegar despois às paróquias e não termos propostas. E, portanto, é aí que nós temos de ver como é que vamos trabalhar esses milhares de jovens”, realça.

Sobre o trabalho em Aveiro, o responsável do COD diz que a prioridade, nos últimos anos, foi “motivar os jovens da diocese para viver a jornada Mundial da Juventude e também acolher os jovens participantes nos Dias nas Dioceses”.

“Fizemos acontecer coisas diferentes, ir às periferias, tocar naqueles que não estavam à espera, mas essencialmente que os jovens fossem os grandes protagonistas”, observa.

A Diocese de Aveiro prepara-se, como todas as dioceses portuguesas para a Jornada Mundial da Juventude e vai receber no seu território cerca de 5 mil peregrinos estrangeiros, na semana anterior ao encontro mundial, em Lisboa.

“Quisemos fazer uma proposta diferente: primeiro, acolher todos os peregrinos em famílias e isso conseguimos. Era aqui que nós queríamos chegar e temos gente de todos os credos”, adianta Pedro Carvalho.

O trabalho de preparação da JMJ permitiu aproximar responsáveis das várias dioceses portugueses, especialmente nos últimos 21 de meses, com a peregrinação da Cruz dos jovens e do Ícone que a acompanha.

“Espero que estas estruturas que foram criadas, o COL, os COD, os COP, se mantenham. Penso que a Igreja tem tudo a ganhar, porque conhecemos gente nova que é capaz de realizar”, deseja o entrevistado.

Pedro Carvalho entende que a JMJ Lisboa 2023 vai mostrar “uma juventude feliz” e um país pronto, do ponto de vista da organização, apesar de considerar que a plena dimensão do evento só será entendida após a sua realização.

“Vamos incendiar, vamos fazer diferente, vamos tentar fazer diferente e provocar os jovens, trazê-los para dentro, porque eles têm tanto talento; e trazê-los para dentro da Igreja, para dentro dos nossos espaços e provocar a igreja saída da ‘Laudato Si’ e da ‘Fratelli Tutti’”, aponta.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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