Igreja: Irmãs Hospitaleiras saúdam decisão do Governo de avançar com cuidados continuados em saúde mental

Congregação tem «três projetos-piloto prontos para começar»

Lisboa, 07 fev 2017 (Ecclesia) – As Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus saudaram hoje a decisão do Governo em avançar com os contratos-programa celebrados na Rede Nacional de Cuidados Continuados para a área da saúde mental.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a irmã Maria do Sameiro Martins, superiora da congregação, salientou que esta era uma medida aguardada “há muito tempo” e que vai permitir avançar com “projetos que até agora não tinham sido possíveis de implementar na área da saúde mental”.

As Irmãs Hospitaleiras têm “três projetos-piloto prontos para começar", um “na Casa do Bom Jesus em Braga, na área do apoio domiciliário”, e dois na “Casa de Saúde da Idanha”, na região de Sintra, mais ao nível da adolescência, um fórum ocupacional e outro com internamento se necessário”.

O tratamento de pessoas com doença mental, sobretudo as mais pobres, é uma das principais missões desta congregação religiosa feminina, que conta com várias valências distribuídas um pouco por todo o país.

A irmã Maria do Sameira destaca a oportunidade que a decisão do Governo, publicada em Diário da República, abre para a promoção de um trabalho de reabilitação mais orientado para a integração dos doentes na comunidade.

“Sim, é muito importante. Há mais de 20 anos que temos residências no exterior, com grupos de utentes que têm capacidade e autonomia para estar nessas casas. Mas eles têm que ter sempre alguém ao lado que as oriente e ajude a desenvolver as capacidades que têm. E penso que agora com estes projetos isso será mais possível do que numa instituição hospitalar”, salienta a religiosa.

Para a superiora das Irmãs Hospitaleiras, a melhor forma de “cuidar dos doentes” é “no meio da comunidade, já que não pode ser no meio da família”.

O despacho do Governo que autoriza as Administrações Regionais de Saúde a avançar com os contratos-programa celebrados com as entidades integradas ou a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), na área específica da saúde mental, foi publicado esta segunda-feira em Diário da República.

No documento, destaca-se como “prioridade expandir e melhorar” a referida rede através da aposta “em áreas específicas como a saúde mental, na qual existe uma efetiva carência de resposta”.

A par das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, o Instituto São João de Deus é outras das congregações empenhadas no apoio a pessoas com doença mental.

Para realçar a necessidade de cuidados continuados integrados na saúde mental, aquela ordem religiosa tinha lançado uma petição pública a reivindicar o início dos projetos-piloto que já estavam contratualizados nesse sentido.

Recorde-se que os decretos-lei relacionados com a criação dos Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental tinham sido primeiramente publicados há seis anos mas não haviam ainda sido implementados.

JCP

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