Igreja/Estado: «A Constituição não tem prazo de validade nem é limitada a algumas gerações» – Conferência Episcopal Espanhola

D. Ricardo Blázquez disse que «harmonia de todos dentro de diversidades é um ativo inestimável»

Foto Conferência Episcopal Espanhola

Madrid, 18 nov 2019 (ECCLESIA) – O presidente da Conferência Episcopal Espanhola afirmou hoje que a Constituição “não tem prazo de validade nem é limitada a algumas gerações”, mas é “de todos e para todos”, na abertura da assembleia plenária que decorre até sexta-feira.

“A harmonia de todos dentro de diversidades legítimas é um ativo inestimável. Que a tentação do caos nunca prevaleça sobre a unidade assegurada pela Constituição”, disse o cardeal Ricardo Blázquez.

Na sede da Conferência Episcopal Espanhola, em Madrid, os bispos foram convidados “a orar ao Deus da paz” pelo seu povo: “Vamos pedir toda a sabedoria e amor da concórdia”.

O arcebispo de Valladolid realçou que o “sucesso da transição”, da ditadura franquista para a democracia, com os frutos da Constituição, “foi uma razão de serenidade” que “não pode ser questionada pela quebra do acordo com o qual foi aprovada”.

“Os espanhóis fizeram a transição de um regime para outro e de uma norma fundamental para outra, num horizonte do futuro que podia ser visto cheio de incertezas”, assinala.

Nos últimos dias, observa o cardeal Ricardo Blázquez, pessoas com responsabilidades políticas “emitiram opiniões” sobre a situação de Espanha e “alguns tranquilizam, outros bastante obscuros deixam perplexidade e outros de natureza vingativa criam choques”.

“Não é exagero dizer que provavelmente alguma confusão envolve-nos; Como essas manifestações que vêm ocorrendo com frequência tocam aspetos fundamentais da Constituição aprovada em 1978, a inquietação afeta mais profundamente a nossa convivência”, desenvolveu.

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola recorda que o texto da Constituição “foi preparado, ouvindo a todos e não excluindo ninguém”, foi aprovada por Las Cortes e ratificada pelo povo espanhol e é uma Constituição “de todos e para todos”.

“A aprovação da Constituição abriu o horizonte; para os espanhóis, produziu satisfação e, fora da Espanha, muitos manifestaram sua admiração. A reconciliação e a harmonia eram possíveis. A Constituição foi uma meta alcançada por todos”, acrescentou D. Ricardo Blázquez, alertando que “seria preocupante ignorar e subestimar” esse “marco fundamental” da história contemporânea de Espanha.

A nível mais interno, o arcebispo de Valladolid deu destaque, por exemplo, ao Congresso de Leigos do próximo ano, vai realizar-se de 14 a 16 de fevereiro, em Madrid, e é uma parte relevante do Plano de Conferências Episcopais para o período de 2016-2020.

“Que o Congresso [Leigos] seja um evento de comunhão na Igreja de obediência à missão que todos os bispos, presbíteros e diáconos, leigos e pessoas consagradas receberam e partilharam”, disse no seu discurso.

A Conferência Episcopal Espanhola informa que até sexta-feira, os bispos vão estudar o seu novo organograma, a modificação dos novos estatutos também será apresentada para possível aprovação e vão discutir as linhas pastorais para o período 2021-2025, por exemplo.

CB/PR

 

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