Igreja/Ensino: A «vital» matriz cristã na educação das futuras gerações

Helena Águeda Marujo comenta ambiente educativo e social pela Semana Nacional da Educação Cristã

Lisboa, 25 out 2016 (Ecclesia) – A docente universitária Helena Águeda Marujo considera “vital” a matriz cristã de olhar o mundo e em plena Semana Nacional da Educação Cristã intitulada ‘Educar – Propor o caminho para uma vida plena’ refere que o desafio é dar “esperança”.

“É muito difícil educar as novas gerações a dizer-lhes que temos horizonte de impossibilidade”, comenta a professora no Instituto de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.

À Agência ECCLESIA, destaca que existe investigação cientifica recente que tem mostrado que os alunos que têm esperança “são aqueles que vão ter mais sucesso escolar, maior sucesso profissional”.

Cientificamente, ter esperança quer dizer “ter metas, saber planear os caminhos” e acreditar que se tem “eficácia e competência para atingir objetivos”.

‘Educar – Propor o caminho para uma vida plena’ é o tema da Semana Nacional da Educação Cristã e a entrevistada destaca mais alguns aspetos dessa vida plena, como “ser com propósito e com sentido”; a plenitude de “sempre tornar melhor, procurar evolução, o crescimento, a excelência”.

É essencial “educar para a maturidade”, para processos de autonomização onde a pessoa sente-se competente, “autónomos nos processos de decisão, ter vínculos sociais satisfatórios”.

A mensagem da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé para a semana que termina a 30 de outubro destaca os adolescentes e jovens como construtores da sociedade que para Helena Águeda Marujo é a “maior luz e é agora” observando que já se faz isso “sempre” que se criam condições para eles tomarem “iniciativa, pensar sozinhos, fazer projetos”.

Num contexto de crise deve-se motivar as novas gerações para o futuro apresentando a vida como “cíclica”, tal como “a economia, as crises familiares, os conflitos naturais como seres humanos” afinal as sociedades têm “movimentos de escalada e melhoria e movimentos de perda”.

“O otimismo tem de ser baseado também na experiência da história”, acrescenta.

Para a professora no Instituto de Ciências Sociais e Políticas o contributo da matriz cristã de olhar o mundo é “obviamente vital” e são “valores tão essenciais” hoje que as Ciências estão a estudá-los: “A fraternidade não é só elemento deste paradigma cristã, é busca da humanidade”.

A especialista em psicoterapia e Aconselhamento Educacional, sobre o ambiente educativo atual comenta que existem transformações tecnológicas que originaram “grandes mudanças”, como “a gestão das rotinas diárias”, nomeadamente, “gerir comportamento dos filhos” quando os pais trabalham mais horas ou vivem em situações de precariedade que lhes “trazem mais tensão e stress”.

“Há um impacto muito grande do contexto laboral e económico dentro das famílias”, analisa, indicando que existe “menos tempo e oportunidade” para o processo de parentalidade e mais oportunidade para as crianças envolverem-se “nas soluções fáceis e acessíveis das novas tecnologias” que colocam situações e decisões educativas “pesadas diariamente aos pais”.

Nesta análise, Helena Águeda Marujo considera também que se manteve ou cresceu a vontade dos progenitores “refletirem a sua maneira de ser pais, mais consciência mesmo que isso não esteja associado a maior competência”.

PR/CB

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