Igreja: Domingo do Bom Pastor e dia da mãe evocados nas celebrações diocesanas

Bispos deixaram mensagens de gratidão, em Missas com transmissão online

Foto: Diocese do Porto/João Lopes Cardoso

Lisboa, 03 mai 2020 (Ecclesia) – As dioceses portuguesas cumpriram hoje o oitavo domingo sem celebrações comunitárias da Missa, recorrendo à televisão, rádio e plataformas digitais para promover a participação dos católicos, hoje com particular atenção às vocações e ao dia da mãe.

O quarto domingo de Páscoa assinala, na Igreja Católica, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações e foi no Seminário de São José que o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, presidiu à Missa, convidando a diocese a ter presentes os “pastores” das comunidades católicas, a quem agradeceu pela “doação entrega, vida e testemunho” de um ministério dedicado ao Senhor.

O responsável católico admitiu depois que “não é fácil celebrar o dia da mãe em dia de pandemia”.

A celebração deixou ainda uma palavra de estímulo a dois membros da equipa do seminário que regressaram a casa, depois de cinco semanas de tratamento à Covid-19.

“Louvamos o Senhor, pelo seu regresso”, disse D. Manuel Quintas.

Na Diocese de Angra, D. João Lavrador destacou a “sublime vocação materna”, com importância central na sociedade e na Igreja

“A Igreja tem um carinho muito especial por vós, mães”, referiu o responsável pela diocese açoriana.

O bispo de Angra recordou todos os que são afetados pela atual pandemia e os que cuidam dos doentes, apontando ao período de desconfinamento, no final do estado de emergência que vigorou até sábado.

Esperamos todos que, com a responsabilidade que cabe a cada um de se proteger a si e também de proteger os outros, nos possamos encaminhar para ter uma vida social mais apropriada à condição humana”.

Quanto ao possível regresso das celebrações comunitárias da Missa, suspensas desde 13 de março, D. João Lavrador anunciou que vai dar indicações “em breve”.

O responsável sublinhou que a pandemia “está a criar outras situações muito difíceis”, apelando ao espírito de partilha de todos, com “empenho e responsabilidade”.

Na Sé de Aveiro, D. António Moiteiro saudou todos os sacerdotes da diocese, pedindo que “à imagem de Cristo, Bom Pastor”, se dediquem às comunidades que lhes foram confiadas.

“Não basta a legitimidade legal ou ritual para se ser bom pastor”, observou D. António Moiteiro, numa celebração em que convidou os mais pequenos a oferecer um beijo às suas mães.

O arcebispo de Braga também sublinhou a necessidade de gestos de “gratidão” para as mães, particularmente as que estão longe dos seus filhos por causa da Covid-19.

Na celebração, rezou-se pelos filhos que não falam com as suas mães, com um apelo: “Reconciliem-se”.

“Esta pandemia veio lembrar-nos, entre outras coisas, que tudo passa” menos o amor, observou D. Jorge Ortiga, que quis também recordar os sacerdotes, com um “abraço sincero” de gratidão.

Na Catedral de Bragança, D. José Cordeiro saudou os membros do clero por “todo o bem que Deus opera”, mesmo neste tempo de pandemia, já com um “horizonte de esperança”.

O bispo de Bragança-Miranda saudou as mães e convidou a rezar por elas, “para que o seu testemunho seja cada vez mais a expressão do Bom Pastor, daquele que ama”.

Na Diocese de Coimbra, D. Virgílio Antunes sublinhou a importância do sacerdócio na pastoral da Igreja Católica.

“Se o pastor não é fiel, o rebanho não confia nele”, observou o bispo de Coimbra, que deixou uma palavra de saudação para as mães.

O responsável convidou as comunidades católicas a viver o atual momento do país de acordo com as regras que foram estabelecidas.

“Esperamos que todos acolham estas orientações com muita humildade e grande sentido de responsabilidade”, num espírito de “caridade com os irmãos”, explicou.

O arcebispo de Évora  evocou a “grande dimensão da família”, com as mães, e da “comunidade cristã”, com os seus pastores, com um desafio para os católicos: “Fazer da nossa vida o testemunho da esperança”.

D. Francisco Senra Coelho pediu um “sentido de intuição” para a Pastoral Vocacional, indo ao encontro das novas gerações, contrariando estilos de vida “tantas vezes banais, fúteis”, para propor “ideais diferentes, que não assentam a sua esperança no egoísmo”.

Já no Funchal, numa celebração transmitida pela televisão, D. Nuno Brás pediu orações para que Deus “continue a chamar muitos a serem sacerdotes”.

“A falta de sacerdotes é hoje dramática, sobretudo nas Dioceses europeias. Quantos seres humanos vivem, sim, nesta Europa com abundância de dinheiro, de conforto, de prazer e de poder, mas sem conhecerem a felicidade da vida abundante que nos vem de Jesus, o Bom Pastor!”, declarou.

D. Manuel Felício, bispo da Guarda, fez das celebrações deste domingo uma oportunidade para deixar uma mensagem de esperança:
“Que este Domingo do Bom Pastor, a semana das vocações que nele encerramos e o dia da mãe que hoje festejamos nos transmitam o suplemento de coragem para termos verdadeira alegria de viver, mesmo em situações difíceis como as atuais  e sabermos transmiti-la a outros”.

Na Diocese de Leiria-Fátima, o cardeal D. António Marto falou numa “dívida de gratidão” que cada um com a sua mãe, para as quais pediu “proximidade, carinho e afeto”.

O bispo diocesano falou de um domingo “cheio de beleza espiritual” para os católicos, com a imagem do Bom Pastor, celebrando as várias vocações que estão ao serviço da sociedade, da “humanização do mundo” e do ministério pastoral na Igreja Católica

O cardeal-patriarca de Lisboa deixou uma palavra especial para as mães, em particular as que estão “sozinhas”, e rezou para que todas as pessoas, “em especial os que estão mais isoladas”, sintam a “proximidade com o Bom Pastor”, Jesus Cristo, que as acompanha sempre onde “é mais difícil”.

Na Missa a que presidiu na igreja do Parque das Nações, D. Manuel Clemente pediu prudência para a fase de desconfinamento, para que “nada volte atrás”.

“A Organização Mundial de Saúde acaba de avisar que a pandemia está aí e se não tivermos cuidado pode regressar ainda mais forte. Nós não queremos”, alertou.

Através do Twitter, D. Manuel Linda, bispo do Porto, dirigiu uma “saudação especialíssima e afetuosa a todas e cada uma das mães, neste dia que lhes é dedicado”.

O bispo de Santarém assinalou na Paróquia do Entroncamento o 43.º Aniversário da Região de Santarém – Corpo Nacional de Escutas (CNE), junto de uma delegação da Junta Regional.

Na sua homilia, D. José Traquina destacou os exemplos de vida que inspiram o escutismo, em particular o padroeiro São Jorge, evocando a “luta do escuteiro”, que é “vencer o mal” e “estar ao serviço do que é bem, do que é justo, do que é bom para todos”, procurando deixar o mundo melhor.

“Nós queremos chegar ao acampamento eterno”, apontou, usando uma expressão querida ao mundo escutista.

Na Diocese de Setúbal, D. José Ornelas lançou o convite a ser “cuidadores dos irmãos”, seguindo Jesus Cristo como “líder e pastor”.

“Tantas vezes vamos através de outros mestres e outros líderes, que infelizmente acabam por deixar a nossa vida vazia”, advertiu.

O responsável católico deixou a sua homenagem a quem se dedica ao cuidado do próximo, trabalhadores e empresários, a quem procura “semear o bem, a alegria e a esperança”.

D. José Ornelas apontou a um período importante para o país, com a reabertura gradual após o confinamento,

“Vamos fazer todos um esforço para sermos pastores e cuidadores”, com “segurança e cuidado”, apelou.

Na Sé de Vila Real, D. António Augusto Azevedo felicitou as mães e os “pastores” que dedicam a vida ao serviço das comunidades católicas, elogiando também as muitas pessoas que fazem da sua vida e do seu trabalho uma “autêntica vocação”.

Na sua homilia, o responsável destacou que a vocação cristã é um “chamamento pessoal”, lembrando os consagrados e consagrados, pedindo uma “escuta atenta, interior, disponível”.

“Saber escutar Deus que chama, responder com coragem e liberdade”, apelou.

Nestes dias, que para muitos são de sofrimento e até de solidão, é reconfortante acreditar que Jesus, Bom Pastor, está sempre com todos, e pelos seus pastores lhes comunica as palavras e os sinais da sua Páscoa”.

Desde a Capela do Seminário Menor, o bispo de Viseu saudou os padres, consagrados e consagradas que servem a diocese.

D. António Luciano rezou pelo aumento de novas vocações para a Igreja e a diocese, oferecendo a Missa por todas as mães, dando-lhes os “parabéns” no seu dia

Na sua homilia, o bispo de Viseu deixou o desafio de fazer de toda a pastoral uma “pastoral vocacional”, interligando famílias, catequese e universidades.

Vários bispos encerraram a Missa com uma oração à Virgem Maria, no primeiro domingo de maio, mês particularmente dedicado às celebrações marianas.

OC

Notícia atualizada às 21h10

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