Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes 2008 é hoje entregue em Fátima a investigadora de estudos clássicos A professora e investigadora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira, catedrática da Universidade de Coimbra, recebe esta Sexta-feira, em Fátima, o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes, na sua quarta edição. Nascida no Porto, em 1925, está ligada à investigação e ao ensino universitário, sendo a maior autoridade portuguesa na área a que dedicou a sua vida. A sua obra conta com mais de trezentos títulos, entre traduções, monografias e artigos enciclopédicos. O Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), procura destacar anualmente um percurso ou uma obra, onde os valores do Humanismo e da Experiência Cristã se achem reflectidos. Em declarações ao SNPC, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, sublinhou que a atribuição do Prémio distingue a excelência da actividade realizada pela Professora Maria Helena da Rocha Pereira numa área – Estudos Clássicos – fundamental, ainda mais nos dias de hoje, para formação da cultura e da identidade portuguesas. Maria Helena da Rocha Pereira foi a primeira mulher a obter o grau de doutoramento e a atingir o grau de professora catedrática numa Universidade portuguesa (Coimbra). Em declarações à Agência ECCLESIA, confessava a sua satisfação por lhe ser atribuído um prémio ligado a uma figura “tão notável” como o Padre Manuel Antunes, que conheceu pessoalmente, e, por outro lado, o facto de se ter “chamado a atenção para os Estudos Clássicos”. “As raízes da cultura europeia estão na Grécia e em Roma, que depois as difundiu, e é nesse sentido que me agrada que se chame a atenção” para estes assuntos, refere, criticando a ausência de uma referência a estas raízes no Tratado de Lisboa, que considera “uma falha grave”. A sua trajectória ao serviço da Universidade e da Cultura Portuguesa está bem patente nos cargos e distinções que obteve ao longo da sua carreira. Foi Vice-Reitora da Universidade de Coimbra (1970), Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1976 -1989), Membro do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Investigação Científica e do Conselho Geral da Fundação Calouste Gulbenkien, representante de Portugal nas mais credenciadas organizações internacionais de foro cientifico cultural, entre outras. A sua distinta carreira mereceu, no dia 10 de Junho de 2004, o reconhecimento oficial pela atribuição, do Presidente da República, da Grã Cruz da Ordem Militar de San’Tiago da Espada.