Igreja: D. Manuel Clemente pede que políticos defendam «causas essenciais», combatendo «desigualdade»

Cardeal-patriarca rejeita projetos legislativos de adoção por homossexuais

Fátima, 09 nov 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, pediu hoje em Fátima que as várias forças políticas portuguesas defendam as “causas essenciais” da sociedade, desde a defesa da vida humana ao combate à pobreza.

No discurso inaugural da 188ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o presidente deste organismo destacou a importância da “superação de situações gritantes de desigualdade e pobreza” e “do apoio aos mais frágeis, em particular aos nascituros, às mães gestantes e às famílias”.

“Trata-se, em suma, de salvaguardar a vida humana em todas as suas fases, da conceção à morte natural; da valorização da vida familiar e da educação dos filhos, com referência masculina e feminina de geração ou adoção”, acrescentou, numa referência indireta a alguns dos projetos políticos nestes campos que vão ser apresentados na próxima semana.

No dia 19 de novembro vão a debate na Assembleia da República projetos de lei do BE, PS, PCP e PEV para revogar as alterações à legislação sobre o aborto aprovadas por PSD e CDS-PP no final da anterior legislatura e para permitir a adoção de crianças nas uniões de pessoas do mesmo sexo.

Já esta terça-feira vai ser votada uma moção de rejeição do PS ao programa de Governo PSD/CDS que deverá levar à queda do Executivo.

Neste cenário, D. Manuel Clemente disse que os bispos não podiam esquecer o "momento" que vive a sociedade portuguesa, colocando como outras prioridades da agenda política “satisfazer as necessidades primárias de educação, saúde, segurança social, trabalho e emprego”, bem como “promover uma vida empresarial criativa e solidária”.

“Não será demais lembrar o que já referimos no comunicado final da nossa última Assembleia Plenária [abril de 2015, ndr]: todos ganharemos se forem tidos em conta os princípios do pensamento social cristão”, prosseguiu, evocando a este respeito o pensamento do Papa Francisco.

O cardeal-patriarca realçou que estes princípios “correspondem a causas essenciais à dignidade humana, como a promoção do bem comum, a ativação dos princípios da subsidiariedade e da solidariedade”.

Durante os trabalhos da Assembleia Plenária vai haver um “tempo de informação e partilha” sobre o acolhimento aos refugiados, bem como sobre a visita ‘ad limina’ de setembro, na qual o Papa deixou “indicações preciosas sobre o modo mais acompanhado e vivo” de “manifestar aos adolescentes e jovens a presença de Cristo”, lembrou D. Manuel Clemente.

O episcopado católico português vai ainda debater a última reunião do Sínodo dos Bispos sobre a família.

O presidente da CEP afirmou que só as famílias podem oferecer “uma resposta integradora” aos problemas levantados pela “desagregação sociocultural” e a globalização.

Os bispos portugueses vão debater um documento dedicado à catequese, ‘A alegria do encontro com Cristo’, visando a “renovação permanente” do setor e a integração em “comunidades vivas e missionárias”.

O patriarca de Lisboa aludiu também à preparação do centenário das Aparições de Fátima (2017), “acontecimento de primeira grandeza por tudo o que significa na alma e na prática de tantos católicos de perto ou de longe”.

Depois do encerramento da assembleia da CEP, na quinta-feira, está marcada uma conferência de imprensa, às 14h30, na qual será apresentado o comunicado final.

OC

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