Igreja/Cultura: Padre Tolentino Mendonça recorda legado de Vasco Graça Moura

Responsável fala do poeta, ensaísta e político como «um mestre inspirador»

Lisboa, 29 abr 2014 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), padre Tolentino Mendonça, recordou hoje a memória de Vasco Graça Moura, falecido no domingo, considerando-o “um mestre inspirador”.

“Temos de agradecer sobretudo a Vasco Graça Moura ele ser um mestre inspirador, precisamente neste tempo em que parece que vivemos com menos alma e que os mestres escasseiam”, escreve, em artigo de opinião publicado no portal da Rádio Renascença.

O padre Tolentino Mendonça lembra “a vastíssima erudição” que Vasco Graça Moura “sabia ativar e colocar ao serviço, o prodigioso artesanato verbal que fez dele um grande poeta e um tradutor de vulto, a paixão civil e europeia que ele tomou como causa e combate, a defesa da cultura e da língua, irremovíveis laboratórios do nosso comum viver”.

Lembrando o trabalho do presidente do Centro Cultural de Belém enquanto ensaísta e poeta, o diretor do SNPC, enaltece a missão de um poeta na terra como “alguém que ensina a ver, que não se conforma que o olhar dos homens fique capturado pelo breu, pela desesperança ou pelo medo”.

“É alguém que nos infernos e purgatórios da história rasga saídas criativas, fendas para olhar mais longe, miradouros debruçados sobre um futuro outro, capaz de estilhaçar a fatalidade”, acrescenta o padre e poeta madeirense.

Definindo” a palavra” como “a matéria de trabalho de um poeta”, Tolentino Mendonça enfatiza o facto de esta ser também “sede, desejo de comunicar, mergulho na realidade para a compreender melhor, sabedoria de perceber que o visível é também um signo do invisível e que não se pode separar o audível do inaudível, a palavra do silêncio”.

Vasco Graça Moura morreu no domingo aos 72 anos vítima de cancro, estando o funeral marcado para esta manhã na Basílica da Estrela.

RR/MD

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