Igreja/Cultura: «Os melhores filmes para evangelizar» são os que questionam dogmas, diz professora de Cinema

Muitas obras aprofundam «valores cristãos e universais», mesmo quando realizados por pessoas «não crentes»

Lisboa, 22 abr 2013 (Ecclesia) – Inês Gil, professora universitária de Cinema, considera que “os melhores filmes para evangelizar são os que questionam” e “põem em causa os dogmas”, e não aqueles que apresentam a mensagem cristã de maneira óbvia.

Em entrevista ao programa ‘70X7’ transmitido este domingo na RTP-2, a jurada do prémio atribuído pela Igreja Católica no festival IndieLisboa, que decorre atualmente, observa que a Sétima Arte pode servir de “divertimento” mas também constitui oportunidade para “refletir”.

“[Os criadores] procuram olhar um determinado tema, convidando-nos também a fazê-lo, e assim nós descobrimos, provavelmente, uma verdade que está relacionada com a nossa vida”, sublinha Margarida Ataíde, do mesmo júri.

A autora das apreciações cinematográficas publicadas semanalmente na Agência ECCLESIA acentua que “muitos filmes” aprofundam “valores cristãos e universais”, mesmo quando são realizados por pessoas “não crentes”, além de proporcionarem a aproximação a “realidades muito distantes” dos espetadores.

[[v,d,3910,]]Para Margarida Ataíde os festivais de cinema refletem “o pulsar” cinematográfico ao divulgarem obras que não passam no circuito comercial, mostrando que um trabalho “não tem de ser necessariamente rentável para ser bom, útil, importante ou proveitoso”.

O prémio ‘Árvore da Vida’, no valor de dois mil euros, é concedido pelos secretariados nacionais das Comunicações Sociais e da Pastoral da Cultura da Igreja Católica a um filme realizado por um cineasta português.

Inês Gil salienta que a “nova geração” de realizadores” portugueses é “muito interessante do ponto de vista humano”.

A distinção manifesta pelo quarto ano consecutivo uma “relação de amizade” com o festival internacional de cinema independente, revelando a “disponibilidade de escuta mútua” entre a organização e a Igreja, assinala Margarida Ataíde.

O realizador Jorge Paixão da Costa realça que o IndieLisboa é “um oásis” num país “onde o deserto é total”, além de constituir a “prova que há possibilidade de um cineasta se realizar sem grandes meios”.

“Os temas que agradavam no início do cinema sonoro têm-se perpetuado”, nota o professor de Cinema, acrescentando que a Sétima Arte, “e tudo o que é cultura”, é em Portugal “uma espécie de parente pobre dos pobres”.

Os prémios da 10.ª edição do IndieLisboa são anunciados e entregues no sábado, em sessão agendada para as 21h30 no grande auditório da Culturgest, antecedendo o encerramento do festival, marcado para domingo.

70X7/RJM

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