Igreja/Cultura: Musical apresentou 1700 anos de história do cristianismo em Lisboa

Após ter esgotado seis sessões, «Partimos, vamos, somos» pode regressar aos palcos em 2017

Lisboa, 22 nov 2016 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente assistiu na noite de segunda-feira à última apresentação do musical ‘Partimos, vamos, somos’, dedicado aos 300 anos do Patriarcado de Lisboa, que relata a presença cristã desde as suas origens, na região.

“Saímos daqui ainda mais galvanizados, mais transportados com esta mensagem, por esta missão que é outra proposta do cristianismo”, destacou o cardeal-patriarca de Lisboa à Agência ECCLESIA.

O responsável explicou que a referência do musical “é o Evangelho de Cristo, é a mensagem evangélica, é o sonho de chegar a todos”, uma evocação do passado missionário de Lisboa que hoje tem novas fronteiras.

O texto relaciona o passado do Patriarcado de Lisboa com a realidade atual de muitos jovens que fazem missão em Portugal ou noutros países, bem como de quem opta pela vida religiosa como fizeram Santo António de Lisboa ou São João de Brito.

António Guedes veio da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, do Alto do Lumiar, para pôr os seus talentos a render e responder ao “convite” do seu bispo “numa altura tão especial” porque “é oportunidade não podia recusar”.

“Nós jovens temos um papel muito importante neste sonho missionário de chegar a todos. Temos que ser uma Igreja aberta, que põe o outro em primeiro lugar e quer sempre e mais possível levar Jesus aos outros”, desenvolveu o entrevistado, que pertence às Equipas Jovens de Nossa Senhora.

Já Juliana Pene, que frequenta o CUPAV – Centro Universitário Padre António Vieira, considera a sua participação no musical como “uma forma de servir a Deus, de estar como católica e na comunidade”.

Para D. Manuel Clemente faz-se missão com o musical, evocando o exemplo dos jovens atores que “saíram das suas casas, tiveram mais de um mês de ensaios diários”, e transmitiram o “entusiasmo que vivem”.

O texto de ‘Partimos, vamos, somos’ é da responsabilidade do padre Hugo Gonçalves, que voltou a estudar e a aprofundar o que já conhecia da história de Lisboa.

“Como o tempo é limitado e a história da diocese é tão rica e tão grande acabamos por escolher histórias que me parece são mais significativas”, explicou o sacerdote.

O título do musical, inspirado num poema de Sebastião da Gama, lembra as “etapas da vida”, uma vez que é na “experiência da missão” que cada um se descobre.

“Vamos aprofundando aquilo que somos, aquilo que somos chamados a ser, fortalecemos a nossa fé”, refere o padre Hugo Gonçalves.

A encenadora Matilde Trocado, anteriormente responsável por musicais como ‘Calcutá’, ‘Godspell’ e ‘Wojtyla’, assinalou que cada interveniente na peça “deu aquilo que tinha dentro da sua área específica”.

“Foi verdadeira experiência de Igreja pela forma como gostamos uns dos outros, pelo que se vive aqui, e acho que conseguimos um trabalho que não só está bem como também tem alma, tem Deus no fundo”, observou.

O produtor do espetáculo, Pedro Castro, destacou por sua vez o “desafio muito interessante” ao qual a diocese também “aderiu em massa” com centenas de pessoas que apareceram nas audições, conseguindo “uma diversidade enorme” de todos os pontos do Patriarcado.

Após quatro dias em cena no teatro Tívoli BBVA, desde 18 de novembro, o cardeal-patriarca de Lisboa disse esta segunda-feira que o musical ‘Partimos, vamos, somos’ pode voltar aos palcos em janeiro de 2017.

PR/CB/OC

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