Igreja/Crise: «Importa ultrapassar o mero apoio pontual e consolidar o futuro»

Membros da Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos de Portugal pedem «lucidez e determinação» no ataque à instabilidade financeira do país

Fátima, 13 abr 2011 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos de Portugal considera que a crise económica que o país atravessa não se resolve com “meros paliativos”, por ser “uma doença que precisa de ser atacada nas suas causas”.

“A par do esforço para minorar as dificuldades dos mais fragilizados, importa ultrapassar o mero apoio pontual e consolidar as bases de um futuro de liberdade e autonomia da pessoa” refere aquele organismo, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

No seguimento de um encontro nacional dedicado a esta matéria, a Comissão chama a atenção para um país onde “apesar de várias expressões de progresso, não se verificou um correspondente desenvolvimento humano”.

A primazia do “ter” em detrimento do “ser” e um modelo de crescimento “fomentador de desigualdades crescentes e escandalosas”, na opinião daqueles responsáveis, explicam, em parte, a situação atual portuguesa, dependente de ajuda externa.

No entanto, o organismo responsabiliza também um poder político onde “o interesse do povo e sobretudo dos mais fragilizados tem servido de bandeira”, mas depois é “secundarizado na prática”.

A Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos pede, por isso, “lucidez e determinação” na abordagem a estas causas da crise, e deixa alguns parâmetros que considera “indispensáveis”, na busca da cura desejada.

“Uma vida mais simples, menos dependente das pressões publicitárias viradas para o consumismo e uma organização mais justa e orientada para o cidadão” escrevem aqueles responsáveis.

Uma perspetiva que deve atribuir “verdade e transparência” ao Estado, “respeito” para as famílias e sentido de “cidadania” para a educação escolar.

Uma “administração pública assumidamente ao serviço do cidadão” e uma justiça que “promova maior bem-estar” são outros pontos considerados essenciais para uma “sociedade civil mais motivada para cumprir com as suas obrigações”.

Num contexto social tantas vezes aberto à “ostentação e esbanjamento”, criticam os religiosos, “ninguém pode limitar-se a dizer que não há solução” para este problema, nem para cuidar dos mais desfavorecidos.

Para a Comissão, isso é um repto que “vale para todos”, indivíduos, comunidades religiosas, paroquiais, instituições e Estado.

A CJP-CIRP, conhecida como a Comissão Justiça e Paz dos Religiosos em Portugal, é constituída por membros de diversas congregações religiosas, masculinas e femininas, que querem “sensibilizar os seus colegas, os cristãos e os seus concidadãos em geral”.

JCP

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