Igreja/Crise: Católicos chamados a intervir «num dos períodos mais dramáticos da vida pós-25 de abril»

Comissão Justiça e Paz de Setúbal fala em milhares de pessoas totalmente «entregues a si próprias» e «sem perspetivas de futuro»

Setúbal, 17 out 2012 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz (CJP) de Setúbal apela aos católicos para marcarem a diferença, no meio da “falência” socioeconómica que atingiu o país, ajudando a construir “um intenso espírito de solidariedade para com todos”.

Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o presidente daquele organismo diocesano, Mário da Silva Moura, sustenta que o peso da “crise”, mais a “austeridade asfixiante” que está a ser aplicada pelo Governo, para equilibrar o défice das contas públicas, levaram o país a “um dos períodos mais dramáticos da sua vida pós-25 de abril”.

Um cenário que, segundo aquele responsável, precisa da intervenção de todos os católicos, “qualquer que seja a sua situação no mercado de trabalho, trabalhadores ou patrões”, fomentando a “entreajuda” e “a função social das empresas”.

O líder da CJP sadina “solidariza-se com todos aqueles que sofrem com as medidas de austeridade”, com “aqueles que vivem o desespero do desemprego” e passam “fome por falta de apoios sociais”.

Mário da Silva Moura aborda especialmente a situação do seu distrito, onde em abril “53800 trabalhadores estavam inscritos nos centros de emprego” e “a precariedade” laboral atingia “mais de 50000” pessoas.

Numa região “onde vivem cerca de 850 mil pessoas (8% da população residente em Portugal) ”, a falta de trabalho pesa fortemente sobre os mais novos e a redução dos apoios sociais reflete-se sobretudo na situação dos mais velhos, já que “um em cada quatro idosos” está em “risco de pobreza”.

Completamente “entregues a si próprias” e “sem perspetivas de futuro”, as pessoas são dominadas pela “depressão” e as “lojas fechadas e ruas desertas provocam ambientes de desolação e desespero”, lamenta o presidente.

A mensagem da CJP de Setúbal termina salientando que “qualquer mudança só é exequível quando muitos se associam com o objetivo de a provocar” e que “os cristãos têm de estar presentes pois estão unidos no Corpo Místico do Cristo que deu a vida por Amor, pelos pobres e excluídos”.

JCP

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