Igreja: Conferência Episcopal Portuguesa declarou São Bartolomeu dos Mártires como «padroeiro dos catequistas»

Bispos aprovaram também voto favorável em ordem à canonização da Beata Joana de Portugal

Lisboa, 12 nov 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa aprovou na sua última Assembleia Plenária a proposta de proclamar São Bartolomeu dos Mártires (1514-1590) como “padroeiro dos Catequistas”.

O anúncio foi feito em comunicado, esta quinta-feira, após a conclusão da reunião magna dos bispos católicos, que decorreu em Fátima.

A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) à Assembleia, que a votou favoravelmente “por unanimidade”, informa o portal ‘Educris’, do Secretariado Nacional da Educação Cristã.

D. António Moiteiro, presidente da Comissão Episcopal, referiu que a figura de São Bartolomeu dos Mártires e a sua importância histórica “encontram paralelo na atualidade”.

“No tempo de Frei Bartolomeu existia uma grande ignorância religiosa, até em muitos pastores. São Bartolomeu é grande exemplo de evangelizador”, considerou o bispo de Aveiro, citado pelo Educris.

O responsável recordou o santo português e destacou o seu papel na “formação, na catequese na pregação”.

“A catequese, como a temos nos últimos cinco séculos, é resultado de um trabalho fundamental do Concílio de Trento que reagiu, com formação do clero, a criação de seminários e a renovação da catequese, à ignorância da época e à reforma protestante”, indica D. António Moiteiro.

Frei Bartolomeu dos Mártires, de seu nome Bartolomeu Fernandes, nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514, e é recordado como um modelo de benevolência e uma figura ímpar na dedicação à Igreja Católica.

O bispo português, que se afirmou como uma das vozes de referência no Concílio de Trento (1543 – 1563), um momento decisivo na história da Igreja Católica na altura confrontada com a Reforma Protestante; destacou-se também pela sua missão pastoral à frente das comunidades católicas do Minho e de Trás-os-Montes, com especial relevo para o seu gosto pelas visitas pastorais às populações, a que dedicava grande parte do seu tempo.

Depois de resignar em 1582, por motivos de idade, São Bartolomeu dos Mártires viria a falecer em 1590, no Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo.

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, destacou ao Educris o papel de Frei Bartolomeu dos Mártires na “renovação da evangelização em Portugal” e a sua “atualidade”.

“Foi um catequista nato que fazia visitas pastorais a todos os lugares, da sua grande diocese, e chegou mesmo a elaborar um catecismo que se antecipa ao próprio Concilio de Trento”, assinalou.

Num momento em que a Igreja aprova, também, o novo ‘Itinerário de Iniciação à Vida Cristã com as Famílias, as Crianças e com os Adolescentes’, D. Jorge Ortiga sustenta que o antigo arcebispo de Braga é “referência modelo” para a aposta que se quer e deseja na formação dos agentes.

“Temos muito a ganhar aprendendo do seu exemplo, da sua dinâmica de modo que crianças e adultos possamos aprender com ele a trabalhar, de maneira mais consistente e responsável na tarefa da catequese”, concluiu.

A 201ª Assembleia Plenária da CEP aprovou ainda por unanimidade um voto favorável em ordem à canonização da Beata Joana de Portugal, conhecida como “Santa Joana Princesa”.

Em 2015, a Diocese de Aveiro promoveu a reabertura do processo de canonização da beata, que o povo de Aveiro trata por ‘santa’ e que Paulo VI constituiu sua padroeira, a 5 de janeiro de 1965.

Filha de D. Afonso V e da rainha D. Isabel, deixou Lisboa e a Corte em 1472 com o fim de se dedicar à vida claustral; a beata foi religiosa de clausura no Mosteiro de Jesus das dominicanas, tendo falecido em 12 de maio de 1490.

OC

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Agência ECCLESIA

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